Existem provas da participação do construtor Ananias de Oliveira Camargo, 25 anos, com a quadrilha acusada como responsável pela morte de duas mulheres e cinco homens, em Almirante Tamandaré. Este foi o entendimento do juiz-substituto, daquela cidade, Marcel Guimarães de Macedo, que decretou a prisão preventiva do acusado, segunda-feira à noite, e sua inclusão como réu no processo que investiga as mortes. Ele pode ser acusado de envolvimento com outros assassinatos, já que a quadrilha é suspeita de ter exterminado 21 mulheres naquele município, desde 1989.
Por enquanto, o Ministério Público incluiu Ananias no processo que envolve o assassinato de quatro rapazes, em junho de 2000, de um ex-integrante daquela quadrilha Carlins Proença da Rosa, em fevereiro último, e de Maria da Luz Alves dos Santos e Joyce Katolick Devitte, também neste ano. Ananias também figura como suspeito do assassinato de Alceu Rodrigues, o B.A., 31 anos, morto com dois tiros na cabeça, no dia 9 de maio deste ano, no Cajuru, e de Suzana Moura Gazani, 23, cuja ossada foi descoberta no dia 5 de julho, conforme investigações da delegada Vanessa Alice, responsável pela investigação da morte de mulheres na região de Almirante Tamandaré. Em depoimentos, ele negou as acusações. Ananias foi preso no mesmo dia do encontro dos ossos de Suzana, em Camboriú (SC).
Processo
Dezesseis pessoas já estão incluídas como réus, pelo Ministério Público, entre eles sete policiais militares e um policial civil. Segundo divulgado pelo MP, testemunhas afirmaram que Ananias era, muitas vezes, confundido com um PM, porque usava a farda dessa corporação.
No mesmo despacho que determinou a prisão preventiva de Ananias, o juiz-substituto comentou o conteúdo de uma fita, anexada ao processo pela defesa do policial militar Juarez Silvestre Vieira. Em princípio, a gravação não tem relação direta com os casos em questão, mas pode ajudar na elucidação do assassinato de Miguel Siqueira Donha, gerente administrativo do Banestado, ocorrido há mais de dois anos, em Itaperuçu.