Perigo

Curva da Santa, na BR-376, é sinônimo de perigo

Considerado um dos trechos mais perigosos da BR-376, a Curva da Santa localizada no km 668,5, na região de Guaratuba, continua sendo palco de ocorrência de acidentes.

A Polícia Rodoviária Federal registrou 71 acidentes -com 27 feridos e duas vítimas fatais – no primeiro semestre deste ano, contra 39 – com sete feridos e um morto – em igual período no ano passado, entre os km 668,0 a 668,999 da BR-376, que engloba a Curva da Santa.

No km 672, um dos pontos mais críticos da região da Curva da Santa, os acidentes diminuíram este ano. A PRF registrou nove acidentes no primeiro semestre deste ano, a metade do registrado em igual período no ano passado.

Apesar disso, o inspetor da PRF Wilson Martines afirma que os acidentes continuam ocorrendo com mais frequência em outros quilômetros da BR-376 próximos à curva.

“Agora, os acidentes começam a acontecer nos quilômetros 673 e 674”, relata o inspetor da PRF, Wilson Martines. O inspetor conta ainda que algumas melhorias que foram realizadas na BR-376 próxima à Curva da Santa nos últimos anos foram paliativas e transferiram a maior incidência de acidentes para quilômetros anteriores ou posteriores aos da curva.

De acordo com Martines, a PRF constatou que aproximadamente 80% dos acidentes na Curva da Santa e em toda a serra de Guaratuba ocorrem por falha humana.

Na lista dos motivos dos acidentes figuram a velocidade incompatível com o local, a desobediência à sinalização e o fato de os motoristas não manterem a distância do veículo à frente ou ao lado. “Falta educação para o motorista que transita a rodovia”, reclama o inspetor.

Escape

Para reduzir o número de acidentes com veículos que perdem o freio, a Autopista Litoral Sul, concessionária que administra o trecho, instalou uma área de escape no km 671,1 da pista Sul da BR-376, na região de Guaratuba.

Esta área é composta por argila expandida, que permite uma maior desaceleração do veículo em um menor espaço de tempo, minimizando o impacto e evitando danos.

A área de escape ainda não está liberada. A concessionária realizou testes entre os dias 11 e 17 de julho deste ano, que estão em análise na Escola de Engenharia de São Carlos (USP/São Carlos). De acordo com a Autopista Litoral Sul, no momento não há estudos para a implantação de outras áreas de escape no trecho sob sua concessão.

Superelevação

Na avaliação do engenheiro civil e professor titular de Transportes da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Eduardo Ratton, a área de escape não é o ideal, “mas é melhor que nada”.

Segundo o engenheiro, para evitar acidentes na região da Curva da Santa o ideal seria a implantação de uma superelevação na rodovia. “Quando se executa uma curva muito pequena é necessária a implantação de uma superelevação da rodovia. Seria uma inclinação transversal e não plana, para compensar o efeito da força centrífuga que joga o veículo de dentro para fora da curva”, explica o engenheiro.

Ele avalia que a Curva da Santa foi “um erro” de implantação. Ratton lembra que na época em que foi realizada a duplicação da BR-376 no trecho da Curva da Santa, a potência dos veículos e o limite de velocidade eram diferentes dos de hoje, bem como o volume de tráfego e o número de acidentes. “Atualmente tudo isso aumentou e a responsabilidade do motorista diminuiu”, conclui Ratton.