Cresce participação feminina no crime

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Detentas da Penitenciária Feminina desenvolvem atividades comunitárias.

Embora os homens ainda sejam os principais atores no mundo do crime, as mulheres tem participado cada vez mais, principalmente no tráfico de drogas e em furtos e roubos. Na Penitenciária Feminina do Paraná, em Piraquara, o número de detentas praticamente dobrou no último ano e 65% das 327 mulheres cumprem pena por tráfico, revela a vice-diretora do presídio, Denise Maia.

A agente penitenciária Sueli Martins, que trabalha no presídio há 17 anos, conta que a maioria das detentas afirma cumprir pena de tráfico por causa do namorado ou do marido. Segundo Sueli, elas são presas normalmente por repassar drogas para o usuário. De acordo com a agente, quando as detentas afirmam ter traficado tóxicos, dizem que o motivo é a condição financeira ruim.

No presídio, de acordo com a vice-diretora, são poucas as visitas de maridos ou namorados, bem diferente do que acontece em prisões masculinas. "As visitas são pouco freqüentes, até porque muitas vezes os maridos estão sendo procurados".

O delegado da Furtos e Roubos, Gil Rocha Tesserolli, diz que é difícil ver mulheres praticando crimes violentos. "Geralmente elas praticam furtos, em que a habilidade manual ou intelectual é necessária". De acordo com ele, é comum que elas atuem furtando carteiras, lojas de roupas e supermercados. Outro crime comum em que há mulheres envolvidas, segundo Tesserolli, é o estelionato. Ele explica que muitas delas acabam desenvolvendo uma facilidade em enganar as pessoas.

Em crimes violentos, segundo o delegado, elas atuam como coadjuvantes. Podem dar informações para assaltantes do sexo masculino, quando trabalham em mansões, ou mesmo participar ativamente, mas em geral desempenham um papel subalterno.

O chefe da Equipe A da Furtos e Roubos, investigador Pedro, que atua na área há 25 anos, diz que outra modalidade comum de furto é feito pelas "falsas empregadas" – que trabalham em uma casa, até descobrirem onde são guardadas as jóias, para em seguida roubá-las. Segundo ele, furtos envolvendo mulheres são melhor planejados que os realizados por homens. "Elas são calculistas, os homens não, agem mais por impulso". (Rhodrigo Deda)

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