Condenados pelo incêndio na PIC

Exonerado da Polícia Civil desde abril de 2004, o ex-investigador Mauro Canuto foi condenado a 11 anos de prisão pela participação no incêndio criminoso na Promotoria de Investigação Criminal (PIC). Julgado pelo mesmo crime, o advogado Antônio Pelizzetti também foi condenado a 14 anos.

A sentença foi anunciada na última quinta-feira, no julgamento ocorrido na 2.ª Vara Criminal da 4.ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça. Atuaram no júri o desembargador Ronald Juarez Moro, como relator, e o desembargador Luiz Zarpelon, como revisor. De acordo com o advogado de Canuto, Rogério Botelho, os réus não compareceram ao julgamento porque a presença deles não era obrigatória. "Se necessário entraremos com recurso para embargo de declaração. Isso suspende o efeito da condenação e enquanto o recurso não for julgado o mandado de prisão não poderá ser expedido. Por isso afirmo que meu cliente não está foragido", disse Botelho.

Apesar da afirmação do advogado, informações dão conta que Canuto e Pelizzetti podem estar escondidos numa chácara em Campo Magro, ou em Balneário Camboriú (SC) ou ainda tenham fugido para os Estados Unidos.

O novo júri aconteceu mediante apelação do Ministério Público, uma vez que Canuto e Pelizzetti já foram absolvidos pelo atentado à PIC por falta de provas, no julgamento ocorrido em dezembro de 2001.

Antecedentes

Mauro Canuto ganhou projeção nacional em 2000, quando foi citado na CPI do Narcotráfico que passou pelo Paraná. Na época, policiais envolvidos com o crime organizado foram investigados pelo Ministério Público e ficaram conhecidos como a "banda podre" da polícia paranaense. Ele foi exonerado da Polícia Civil no dia 30 de abril de 2004 por abandono de emprego, uma vez que ficou foragido depois de um mandado de prisão expedido no início do 2001. Canuto também foi citado em outros nove procedimentos administrativos e criminais por ilegalidades cometidas no exercício da função policial.

Incêndio

O antigo prédio da PIC, no Alto da Glória, foi incendiado em 29 de dezembro de 2000. As investigações acarretaram o indiciamento de diversas pessoas. No entanto, até então somente três haviam sido condenados: o segundo-tenente Alberto Silva Santos, o taxista Alexsandro Ribeiro e o ex-policial civil Edison Clementino da Silva. Além de Canuto e Pellizzetti, o segurança Marcos Aurélio Gonçalves de Pinho foi absolvido por falta de provas em 2001. O cabo João Szczepanski e o policial civil Samir Skandar, também são acusados de participação no crime.

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