Comissão de Direitos Humanos visita delegacia do Alto Maracanã

A comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Estado (AL) se reuniu, na manhã de hoje (14), na delegacia do Alto Maracanã, em Colombo, para discutir a violência na região. Um dos principais pontos debatidos pela comissão foi o estado de sítio em que se encontra a Vila Zumbi dos Palmares, às margens da BR-116.

Moradores denunciam que traficantes e usuários de drogas cobram pedágio das pessoas que utilizam as passarelas que ligam a Vila Zumbi e a Vila Liberdade – uma reivindicação antiga dos moradores. Outra denúncia aponta para a violência sofrida por duas jovens, de 13 e 14 anos, estupradas a caminho da escola por um grupo de aproximadamente 15 indivíduos. Todos foram presos no dia seguinte, porém soltos por falta de provas.

O objetivo da visita dos deputados foi entender melhor o que acontece e quais as medidas tomadas pelo poder público para coibir a escalada da violência em Colombo. “É importante que o governo entenda que esta é uma situação de emergência. A população que vive aqui não pode esperar o plano de segurança ser colocado em prática”, disparou Tadeu Veneri, presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da AL.

De acordo com Fioravante Perruchon, superintendente da delegacia, atualmente estão sendo investigados três mil inquéritos de homicídios, sem contar os casos de responsabilidade da Delegacia Central, o que torna Colombo um dos municípios mais violentos da região metropolitana. Em 2011, 116 pessoas já foram assassinadas na cidade.

A falta de estrutura, tanto física como de policiais, foi abordada por Veneri. Para espanto do deputado, apenas 15 policiais fazem o trabalho de investigação e guarda dos quase 60 presos da delegacia. “Nós não podemos aceitar que estejam ocorrendo situações de extrema violência, em que vários moradores já perderam a vida”, salientou o deputado.

O deputado lembrou ainda que esses “territórios” dominados pelo tráfico não se restringem aos municípios da RMC. “Na capital, nós temos áreas onde os cidadãos também estão sitiados. A Vila Sandra, na Cidade Industrial, é um exemplo”, afirmou Veneri.