Começa hoje julgamento de Vera Crovador

Vera Lúcia Bittencourt Crovador, viúva do advogado criminalista Luiz Renato Crovador e acusada de ter mandado matar o marido, será julgada hoje. A sessão está prevista para começar às 9h, no Tribunal do Júri. O julgamento, que se realiza com grande expectativa devido à repercussão do caso, deveria ter ocorrido em 14 de abril passado, mas foi adiado a pedido do advogado de defesa, Osmann de Oliveira.

Vera esteve presa durante quase um ano, entre 4 de novembro de 1999, data do crime, e 27 de outubro de 2000.

Atraente

Aos 44 anos de idade e ainda mantendo a aparência de uma mulher atraente, apesar de já ser avó, Vera admite que manteve um “rápido relacionamento” com o garoto de programa Mílis Rogério Santos, um dos acusados de envolvimento no crime e peça-chave para elucidação do caso. Mílis está desaparecido desde o dia do crime.

A acusada garante que não teve nenhuma participação na trama que resultou na execução de seu marido e diz acreditar que o plano partiu de clientes de Crovador, renomado criminalista em Curitiba. Segundo Vera, o marido “sabia demais”.

Executado

Luiz Renato Crovador tinha 53 anos quando foi executado dentro do seu escritório com um tiro na cabeça, na manhã do dia 4 de novembro de 1999. Cinco pessoas supostamente envolvidas no caso foram presas. Além de Vera, foram detidos Edson Rodrigues Zucco, o “Paulista”, e Cleverson Firmino Miró, o “Polaco”. Os dois se fizeram passar por clientes de Crovador e invadiram o escritório no Alto da Glória. Eles teriam sido contratados por Setembrino José Nórdio e fugido do local com a ajuda de Daniel Gomes Serápio.

Mílis, que desapareceu, é quem teria levado o dinheiro acertado para a execução para Setembrino, que foi acusado pela polícia de ter contratado os pistoleiros “Paulista” e “Polaco”. Os dois matadores já foram julgados e ambos foram condenados pelo crime. Setembrino Nórdio também foi a julgamento e terminou absolvido. O júri de Serápio chegou a ser realizado, mas foi anulado e ainda não foi marcada uma nova data. Pesa sobre Vera a suspeita de ter arranjado a morte do marido com Mílis e ainda, de ter pago pelo crime.

CPI

Em março de 2000, Vera Crovador tentou prestar depoimento na CPI do Narcotráfico, para se defender da acusação de ter mandado matar o marido. A manobra foi percebida pelos deputados que pediram sua retirada do plenário sem tomar a termo suas declarações. Crovador era advogado de pessoas investigadas pela CPI, inclusive de Paulo Mandelli, considerado o “rei do desmanche” no Paraná. Mandelli está foragido há três anos e responde a mais de 20 inquéritos.

O defensor de Vera, Osmann de Oliveira, mantém a tese de negativa de autoria.

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