Chacina em família

A revolta de um homem apaixonado e inconformado com a separação resultou em barbárie, no município da Lapa. Com um revólver calibre 38 e um cinturão recheado de munição, o técnico agrícola Mário Novinski, 47 anos, matou a ex-esposa, a irmã dela, baleou o sobrinho e depois pôs fim à própria vida. De acordo com os policiais militares Marcos e Malachesnki – que atenderam a ocorrência -, em menos de meia hora Mário praticou todos os crimes. “Nós fomos os primeiros a chegar no local e ficamos perdidos, sem saber para onde ir, já que tinha um corpo em cada lugar”, disseram. Os PMs também contaram que o cheiro forte de álcool que o cadáver do assassino exalava, denunciou que ele estava bastante embriagado e alucinado quando iniciou a matança.

As mortes aconteceram em seqüência, por volta das 16h30 de sábado, em três locais diferentes do bairro Estação. De acordo com as investigações feitas, a primeira vítima de Mário foi a ex-mulher dele, Mariza de Fátima Filla, 36, com quem viveu durante 10 anos. Transtornado, o homem foi até a casa dela, na Rua Desembargador Francisco de Paula Xavier e não poupou munição para executá-la. Mariza foi assassinada dentro do quarto com mais de 20 tiros. Segundo o perito Victório Librelon, a mulher foi atingida com cerca de 10 disparos no peito, cinco no rosto e outros na testa, braços e costas. “Havia marcas de tiro na porta. Provavelmente ela tentou esconder-se no quarto e ele foi disparando atrás. Mesmo depois de estar morta Mário continuou atirando”, disse o perito.

Movido pela raiva, o assassino recarregou a arma, andou algumas quadras e foi até a casa da irmã de Mariza, Luci Filla Schuster, 48, situada na Av. Aloisio Leoni. Ao chegar no local, ele atirou duas vezes contra a cunhada, que morreu caída no chão do banheiro. Ela foi baleada na barriga e na boca. O filho de Luci, Marlon Rodrigo Filla, 15, não foi poupado. O garoto foi baleado na mão e no peito e encaminhado em estado grave ao Hospital do Trabalhador, em Curitiba, onde permanece internado.

Suicídio

Depois de matar as duas mulheres e ferir o garoto, Mário atravessou a rua e invadiu a casa do ex-sogro, que seria possivelmente a sua próxima vítima. Naquele momento, o pai de Mariza estava nos fundos do terreno, cuidando da horta, o que lhe salvou da morte. Sem encontrar ninguém na casa, alucinado, Mário pôs fim à matança tirando a própria vida com um tiro na boca. Ele tombou morto na cozinha da casa do ex-sogro.

Conhecidos de Mário que estiveram no local, disseram que ele era muito ciumento e não suportava a idéia de estar separado de Mariza. Segundo Pedro Rogoski, amigo do assassino, ele era uma pessoa aparentemente calma e que ganhava muito bem como técnico agrícola em uma famosa granja do Estado. Já, Osni Binder, que havia trabalhado com ele, contou que, se Mário não tivesse se suicidado, certamente mataria o resto da família. “Ele comentava que a intenção era acabar com todos os cunhados”, contou.

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