Caso ongs: seis prisões prorrogadas

A Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas do Paraná (DEDC) ouviu ontem os depoimentos das contadoras Cristiane Mafra de Araújo e Neuza Pereira de Paula e da tesoureira Ada de Souza Mendes, ligadas às ongs Grupo de Apoio a Pessoas com Câncer (GAPC) e da Associação Brasileira de Assistência a Pessoas com Câncer (Abrapec). Os membros dessas organizações são acusados de desviar doações. De acordo com a investigação, ?os gerenciadores do esquema chegaram a embolsar dois terços do dinheiro arrecadado?. Segundo o delegado Marcus Vinícius Michelotto, entre as informações que ainda precisam ser apuradas estão ?os detalhes sobre o funcionamento do esquema e de como a contabilidade era maquiada, a quantidade exata de dinheiro desviado, e o valor total deste golpe, que atingiu muitos brasileiros?.

Os mandados de prisão de dez das 16 pessoas presas, envolvidas no esquema, venceram ontem. Essas pessoas, segundo o delegado, já colaboraram suficientemente na investigação e, por isso, já foram liberadas. No entanto, as outras seis pessoas – consideradas peças-chave do golpe – precisam fornecer mais informações; por isso Michelotto pediu a prorrogação da prisão preventiva e a Justiça acatou. Continuam presos, por mais cinco dias, os irmãos Arnaldo e Waldemar Braz – apontados pela polícia como os principais idealizadores e gerenciadores do esquema -, o administrador regional João César Chiquetto, as contadoras e a tesoureira. ?Mesmo sendo libertados, todos serão indiciados. A Justiça agora se encarregará de dar a sentença a eles?, disse Michelotto.

Todos os gerentes da arrecadação nos estados foram ouvidos na última sexta-feira. No mesmo dia, a polícia encontrou R$ 198 mil no Ford Focus da tesoureira Ada Mendes.

O caso será encaminhado ao Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça das Fundações do Terceiro Setor, que fará a perícia contábil de toda documentação apreendida. Para que as duas ongs e suas filiais sejam fechadas definitivamente, é necessário que o Ministério Público mova uma ação civil pública. Bens pertencentes aos dirigentes das duas ongs serão apreendidos. (AEN)

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