Bingo “dribla” a Lei e funciona escondido

Só um tolo não percebe a movimentação no Kennedy Center Bingo, na Avenida Kennedy, Água Verde. Apesar de as luzes apagadas e do estacionamento vazio, o movimento de pessoas que entram no estabelecimento é grande. Ontem à noite, a sala de jogos estava lotada de jogadores que tentavam a sorte, como se não houvesse nenhuma ilegalidade no que estavam fazendo.

Mesmo não podendo funcionar legalmente, as pedras continuavam a ser “cantadas” dentro do prédio e a única reclamação ouvida era a demora na venda das cartelas, o que obrigava algumas pessoas a deixar passar uma rodada ou outra. “Como ficou demorada a venda de cartelas”, observou uma mulher. Mas outras coisas mudaram para quem era acostumado a freqüentar aquele bingo.

Escondido

As luzes da entrada e da identificação da casa permanecem apagadas. No estacionamento não há um carro sequer, mas o jogador pode deixá-lo na entrada que um manobrista coloca o veículo em algum local onde não chame a atenção. Manobra inútil, pois basta ficar em frente ao bingo para ver a movimentação de pessoas entrando e saindo do local.

Depois de quase um ano de “abre-e-fecha”, depois de o governador Roberto Requião ter determinado o encerramento do jogo de bingo no Estado, a briga para o funcionamento está na Justiça. Liminares foram cedidas e cassadas durante esse período e um dos últimos embates judiciais deu ganho de causa para o Estado. No último dia 4, a 3.ª Turma do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4.ª Região (Porto Alegre) negou, por unanimidade, o pedido do Kennedy Center Bingo para reabrir em Curitiba. Ainda há uma casa de bingo ou outra funcionando no Estado, por força de liminar judicial.

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