Bandidos armados até os dentes colocam as garras de fora e desafiam a polícia

O sonho de conhecer a garota com quem vinha conversando há cinco meses pela internet, terminou em tragédia para um jovem de 22 anos, no Portão, na noite de segunda-feira.

Ele foi morto por dois bandidos, tão logo parou o carro na frente do prédio onde a jovem mora. Diante do corpo do rapaz, o pai dele chorava e lamentava a insegurança que toma conta da cidade. Pouco depois, uma universitária chegava de carro em casa, na Vila Fanny, e dois homens também a assaltaram. O pai dela, um policial civil, não precisou chorar. Ele perseguiu e atirou nos ladrões, ferindo um deles e recuperando o veículo.

A noite sangrenta não parou por aí. Em Colombo, um taxista rendido por outra dupla de marginais também reagiu, tomou a arma de um deles e o matou. Saiu ileso, mas correu um grande risco. Ainda em Colombo, no início da tarde, o motorista que entregava bebidas em distribuidora por pouco não morreu. Levou um tiro na perna, durante assalto, mesmo sem encarar os ladrões.

A polícia orienta a população para não reagir em casos de roubo, baseando-se na velha máxima de que ?vão-se os anéis, ficam os dedos?. Porém, muitas vítimas reagem por instinto de defesa e só ?caem na real?, quando o fato já aconteceu, como foi o caso de uma funcionária pública, assaltada no dia 8 de março (Dia Internacional da Mulher), e que com uma dentada, arrancou um dos dedos do criminoso que a atacou. Ela levou quatro tiros e sobreviveu. ?Foi um milagre?, garante. Milagre que não aconteceu com a pró-reitora de pesquisa e pós-graduação da Universidade Federal do Paraná, Maria Benigna Martinelli de Oliveira, 56, que perseguida por bandidos, deu uma bolsada num deles, ao entrar em casa. Ela levou um tiro fatal na barriga, na tarde de 7 de março. No dia seguinte, a aposentada Minervina Borges da Silva, 74 anos, foi degolada por um ladrão, dentro de casa, em Fazenda Rio Grande, trazendo à tona o grau de crueldade a que os criminosos chegaram. Em fevereiro, no dia 20, outra idosa, Magdalena Kraus Czaikowski, 82 anos, foi espancada por um casal que roubou o rádio e um relógio de sua casa e ainda agrediu o filho, de 54 anos, que é deficiente. O fato se deu na Vila Guaíra, em Curitiba. Magdalena morreu dias depois, no hospital.

A sensação é de insegurança total, dizem as vítimas e seus parentes. O que fazer? A quem recorrer? Perguntam outros, sem encontrar respostas nem respaldo na segurança pública. A polícia (Civil e Militar) diz que faz o que pode, mas não é onipresente. Falta efetivo.

O governo fala de um tal de Geoprocessamento do Crime, que está sendo utilizado para combater a criminalidade, mas não apresenta nenhum resultado positivo nem admite resultados negativos (contesta dados e números do aumento da violência).

E tudo fica na mesma. No mesma não, cada vez pior. Com a palavra, as autoridades.

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