Aumentam casos de carros clonados

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Duas Kombi e uma mesma placa, apreendidas pela PM.

Receber uma multa, ter a certeza de que a infração não foi cometida e descobrir que a placa do próprio veículo foi clonada não é um problema incomum. De 1.º de janeiro até ontem, a Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos registrou 76 casos de clonagem em Curitiba. No mesmo período de 2004, foram 71 e, de 2003, 79.

Segundo o coordenador do Detran-PR, Cícero Pereira da Silva, as placas clonadas geralmente são utilizadas em carros roubados ou usados para assaltos e outros atos criminosos. Para dificultar a descoberta da adulteração, os criminosos normalmente colocam a placa falsificada em veículos da mesma cor e modelo do veículo proprietário da placa original.

"Na maioria das vezes, as pessoas só desconfiam que o carro foi clonado quando recebem uma multa que elas têm certeza absoluta que não cometeram", diz Cícero. "Desde 2000, com o objetivo de minimizar o problema, o Detran-PR trabalha com sistemas informatizados e emite autorização para que os fabricantes possam confeccionar placas de carros novos e usados. Porém, não temos controle sobre a matéria-prima utilizada na confecção e as adulterações acabam sendo possíveis".

Quem desconfiar que teve a placa clonada deve realizar um boletim de ocorrência na Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos e, com o documento em mãos, procurar o órgão emissor da multa (Detran-PR, Diretran, Polícia Rodoviária Federal ou Estadual). Na delegacia, a informação é colocada em um sistema on-line e policiais são designados a ir até o local onde a multa foi registrada, para realizar investigações.

O superintendente da delegacia, Edson Costa, afirma que é muito difícil prender os responsáveis, pois eles geralmente não deixam pistas e é complicado localizar o veículo que utiliza a placa adulterada. A pena dada aos responsáveis por clonagem, remarcação de chassi ou alteração de qualquer sinal identificador de veículos varia de 3 a 6 anos de prisão e multa.

Vítima

A jornalista Fabiane Prohmann começou a desconfiar que a placa de seu carro havia sido clonada em novembro de 2003. "Recebi uma multa registrada em uma estrada do Rio Grande do Sul pela qual eu nunca havia passado", conta. Algum tempo depois, ela recebeu uma multa em Curitiba, mas o carro presente na foto se diferenciava do seu, devido a um adesivo colado em um dos vidros.

"Era um carro idêntico ao meu. Um Palio, de cor preta e com a mesma placa, mas com um adesivo que eu nunca tinha visto antes". Fabiane procurou a Furtos e Roubos de Veículos e, posteriormente, sua irmã se deparou com o carro clonado na rua. "Minha irmã me ligou e disse que havia visto meu carro. Quando eu falei que o veículo estava na garagem, ela passou a perseguir o outro carro, ligou para a polícia e a adulteração foi descoberta. O veículo com a placa adulterada havia sido recém-comprado por um casal que não sabia de nada e também foi enganado". Até hoje a jornalista luta para cancelar as multas.

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