Assalta sargento da PM e acaba estirado na rua

Um assaltante, ainda não identificado, mas conhecido por suas vítimas no bairro Bacacheri, foi morto às 21h de segunda-feira. Ele assaltou um sargento da Companhia de Choque, à paisana, e resistiu à voz de prisão com tiros. O tiroteio ocorrido na Rua Guilherme Ihlenfeldt assustou moradores e um dos tiros quebrou o vidro de uma garagem acertando o mesmo carro, que dois meses atrás, havia sido roubado pelo assaltante morto.

De acordo com o tenente Rodrigo, da Rondas Ostensivas de Natureza Especial – Rone, o sargento estava com uma amiga em seu Omega, parado em frente a uma residência. Os dois conversavam quando o desconhecido se aproximou e anunciou o assalto, ameaçando o sargento com um revólver, calibre 38. Sem reagir, o PM e a garota saíram do carro, mas quando o assaltante assumiu o volante, recebeu a voz de prisão do miliciano, que estava armado com uma pistola, calibre ponto 40.

Tiroteio

O assaltante logo atirou, segundo relato do sargento, e houve o revide, já com os dois fora do carro. O veículo serviu como barricada para o tiroteio, que deixou marcas na lataria e nos vidros do Omega, além do tiro que atingiu a placa de um Santana, dentro da garagem. De acordo com levantamento da perita Clélia, da Polícia Científica, o desconhecido foi atingido por dois projéteis na perna e um que atravessou a barriga, pela lateral, e saiu nas costas. O Siate foi chamado, mas a morte do assaltante foi praticamente instantânea.

Com o desconhecido a PM recolheu um revólver calibre 38, ainda com a numeração intacta. “Iremos verificar a procedência desta arma”, comentou o tenente Rodrigo. No tambor da arma, apenas uma bala não havia sido disparada. A Polícia Científica encontrou, também, dois estojos de projéteis calibre ponto 40.

Reação

Apesar de ter saído ileso da situação, o sargento desaconselha qualquer reação. “Eu mesmo não reagi. Ao ser abordado, levantei as mãos e tentei acalmar o assaltante. Só depois dei voz de prisão”, descreveu. A garota que estava com ele também não se feriu. O policial entregou sua arma e se apresentou na Central de Polícia instalada no 3.º Distrito Policial (Mercês), mas o inquérito será instaurado no 6.º Distrito Policial, pelo delegado Paulo Padilha, que estava de plantão. O sargento irá responder ao Inquérito Policial Militar (IPM). “São as normas. Tudo tem que ser feito da forma correta”, finalizou.

O corpo do desconhecido foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal, onde aguarda identificação oficial. Trata-se de um homem aparentando 35 anos, com cabelos e olhos castanhos, vestindo camisa azul clara, calça jeans, jaqueta marrom esverdeada e tênis.

Morto era o “terror” do bairro

A mulher, cujo veículo foi atingido por um tiro, reconheceu o homem morto como sendo o mesmo que lhe roubara o Santana. “Foi em 13 de junho, às 19h15”, afirmou, mostrando que o trauma ainda a perseguia. Segundo contou, o desconhecido assassinado estava em companhia de dois indivíduos mais novos.

O trio tomou o veículo em assalto quando ela chegava com o casal de filhos em casa, e descarregavam as compras do mercado. “Com uma arma na cabeça eu pedi para que deixassem meus filhos em paz e levassem só o carro”, contou. O Santana foi encontrado, dias depois, no Guaraituba, em Colombo, depenado.

O desconhecido também foi “reconhecido” por uma professora, de 27 anos. Ela contou que, há cerca de um ano, ele a assaltou e também roubou seu carro. A professora mora a quatro quarteirões de onde o assaltante foi morto. Outras pessoas denunciavam a existência de grupos de bandidos que rondam as ruas do bairro. “Aqui está ficando impossível de se morar, não podemos nem ir ao mercado à noite; de medo”, relatou a proprietária do Santana.

Voltar ao topo