Amásio assassino alega ter “perdido a cabeça”

"Os 30 anos de diferença entre o casal podem ter pesado bastante no crime. Eles já vinham se desentendendo há algum tempo", analisou o superintendente Valdir Bicudo, da delegacia de Pinhais, sobre a morte da cabeleireira Luciana Santa Cerqueira, 28 anos, vítima de espancamento. O engenheiro florestal chileno Manoel Alberto Jones Kucobencko, 58 anos, amásio da vítima, apresentou-se ontem, na delegacia, e explicou que agrediu Luciana porque "perdeu a cabeça" em uma discussão.

Manoel contou à polícia que conheceu Luciana, com quem tinha uma filha, há seis anos. Porém, há cerca de um ano Luciana teria mudado seu comportamento e passado a andar com pessoas que Manoel não aprovava. O último domingo foi, para Manoel, a gota d’água. Luciana teria saído de casa pela manhã, dizendo que iria à missa, e só retornado à 1h de segunda-feira. Cobrando explicações, Manoel e Luciana começaram a discussão que terminou na agressão.

Ele teria tentado remediar a situação e oferecido levá-la a um médico, ajuda que diz ter sido recusada pela jovem. Somente à tarde, Manoel procurou um vizinho, que socorreu Luciana levando-a ao Hospital Cajuru. A cabeleireira ficou internada até a madrugada de quarta-feira, quando faleceu.

O acusado foi ouvido pelo delegado José Mário Franco e liberado por ser réu primário e estar fora do período de flagrante. Franco considerou a situação da filha do casal, como também os motivos alegados para o crime.

Vida do casal era conturbada

Odete de Oliveira, amiga íntima de Luciana, contou que Manoel sempre humilhava a companheira. Aconselhada por amigos e familiares, Luciana tentou se separar e a primeira decisão que tomou foi dormir em quarto separado – fato confirmado por Manoel em seu depoimento. De acordo com Odete, Luciana só continuou morando na mesma casa por insistência do amásio. Ele estaria por fazer uma cirurgia na próxima semana, e pediu que Luciana ficasse com ele somente até se recuperar da operação.

A amiga afirma que Luciana já havia apanhado antes, de Manoel, mas não com tanta violência, segundo a amiga. "A Luciana era bemquista por todos. E dele ninguém gostava, porque é grosseiro e mal-educado", disse Odete, completando que a cabeleireira não costumava beber.

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