Afogamentos preocupam o Corpo de Bombeiros

O pintor Pedro Rodrigues de Lima, de 48 anos, e o sobrinho dele, o comerciante Vilson Rodrigues de Lima, de 31 anos, engrossam as tristes estatísticas de afogamentos na região de Curitiba. Eles morreram no dia 5, quando o barco que ocupavam virou na represa do Passaúna, em Campo Largo. No mesmo dia, outras três pessoas de uma família também perderam a vida em uma cava na localidade de Rio Verde, em Araucária. Só este ano o Corpo de Bombeiros (CB) já registrou 48 casos de afogamento na capital, com 29 mortes. Em 2005, foram 53 casos e 47 mortes.

Os números, apesar de menores, preocupam o Corpo de Bombeiros, porque com a chegada do verão aumenta o número de pessoas que buscam a diversão em cavas, rios e lagos. Segundo o tenente relações públicas do CB, Leonardo Mendes dos Santos, cerca de 80% dos casos de afogamento acontecem na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), geralmente em áreas isoladas, onde o socorro demora a chegar. Se comparado com o litoral, Leonardo destaca o número de mortes (13) registradas na última Operação Verão foi proporcionalmente menor que na região da capital, onde ocorreram 1.634 salvamentos e mais de 57 mil advertências.

?Em locais como cavas, lagos e rios, não existe a presença dos guarda-vidas, devido a grande quantidade desses pontos e sua extensão. E nem é intenção do Corpo de Bombeiros passar a cuidar desses locais, pois seria uma forma de incentivar a freqüência?, disse o tenente Leonardo. O grande perigo das cavas, diz o tenente, é que dessas áreas foram feitas escavações para a extração de areia ou outros materiais, e os espaços deixados foram preenchidos pela água das chuvas. O fundo desses locais são bastante irregulares e também podem conter galhos e objetos submersos, que acabam se tornando um perigo escondido. ?As pessoas se enroscam nesses materiais ou tem os pés presos no fundo argiloso, o que normalmente causa pânico e faz com que a pessoa entre em desespero e acabe se afogando?, comentou.

Situação semelhante acontece com os pescadores que entram em rios ou no mar para jogar redes. O perigo está em cair em buraco ou se enrolar no próprio material de pesca. Já em relação a embarcações, Leonardo afirma que o grande erro é não utilizar coletes salva-vidas, que são equipamentos obrigatórios, independente se o ocupante do barco sabe ou não nadar, ?pois ele pode sofrer um mau súbito ou uma caimbra, e se tiver de colete não irá afundar?. O tenente do CB afirma que o perfil das vítimas de afogamentos são, na grande maioria, homens entre 10 a 35 anos, e geralmente de baixa renda, sem acesso a clubes e piscinas.

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