Advogado pede sindicância sobre radares no caso Carli Filho

O advogado da família de Gilmar Rafael Souza Yared – morto no acidente em que se envolveu o ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho – Elias Mattar Assad, solicitou ontem à prefeitura de Curitiba a instauração de uma sindicância para apurar os motivos que levaram os radares da cidade a não flagrar o carro do político no dia dos fatos.

Para o perito contratado por Assad, Walter Kauffmann, houve omissão de informações por parte da Urbs e da Consilux, empresa que fornece e faz a manutenção dos equipamentos. O acidente aconteceu em 7 de maio, no bairro Mossunguê.

Na semana passada, Kauffmann divulgou o resultado da perícia, que apontou que “a eficiência de registro dos equipamentos é extremamente baixa, da ordem de 53%”. Segundo ele, a Urbs e a Consilux rebateram esse resultado dizendo que faltariam dados a esta perícia.

“Se a empresa rebateu nosso laudo e disse que nos faltam informações, então há informações que não nos foram dadas”, disparou o perito. Kauffmann explicou que as empresas forneceram a listagem das placas dos veículos, e não as fotos tiradas daqueles que passam nos aparelhos em velocidade acima da permitida. “Nos informaram que o relatório das placas seria o resultado final, mas o resultado final são as fotos, o que não temos”, afirmou.

A Urbs informou ontem que ainda não recebeu o pedido feito por Assad e que, portanto, não vai se pronunciar. A Urbs já havia informado que forneceu todos os dados solicitados pelos peritos inclusive as fotos, como informa texto publicado no site da Urbs no dia 2 de julho: “foram entregues listagens originais contendo a relação de veículos detectados com placas reconhecidas e não reconhecidas pelo Leitor Automático de Placas (LAP)” e, ainda, “imagens impressas de infrações por excesso de velocidade detectadas e validadas pelos Agentes de Trânsito na faixa horária dos radares especificados na solicitação feita por Mattar Assad”.

A Urbs explicou, naquela ocasião, que os radares têm dois dispositivos: um deles flagra os infratores e o outro seria o LAP, que conta as placas. Segundo a Urbs, o LAP não funciona 100% em todos os casos, diferentemente do radar, que flagra todos os carros acima da velocidade permitida.

Já o diretor técnico da Consilux, Diego Hoffmann, confirmou essas informações e disse que a empresa está à disposição para qualquer esclarecimento. Porém, ele explicou que todas as informações colhidas pelos radares são repassadas aos softwares da Urbs.