Adolescente executado no Parolin

Após alguns meses de tranqüilidade, moradores do Parolin, em Curitiba, voltaram a se assustar com a violência no bairro. Foi nos primeiros minutos da madrugada de ontem, quando a vizinhança escutou estampidos de disparos de pistola. Os tiros mataram o jovem Jonathan Bassani de Lima, 16 anos, na Rua Brigadeiro Franco, próximo à Rua Francisco Parolin. De acordo com a Associação dos Moradores local, mortes violentas como a de ontem não ocorriam na região desde o último Dia das Mães, em maio, quando uma bala perdida matou o estudante Elvis Henrique Iriguti, 10 anos, em frente a uma escola do bairro. A morte do pequeno Elvis causou uma comoção entre os moradores.

?Esse assassinato é um alerta para as autoridades de que a violência aqui não acabou, apenas acalmou. Se não tomarem providências, vai começar tudo de novo?, declarou Edson Pereira Rodrigues, presidente da Associação dos Moradores. O motivo da morte de Jonathan pode estar relacionado ao tráfico de drogas, embora isso ainda não tenha sido confirmado pela polícia nem por familiares, que preferiram não se manifestar. ?Ele era um menino bom, como muitos aqui da vila. Deve ter se metido em alguma bronca porque não teve oportunidades na vida?, disse Edson.

O crime está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios, que já apurou informações importantes sobre a autoria dos tiros. ?Sabemos que Jonathan estava acompanhado de sua namorada, em frente à casa dela. Ele foi alvejado por disparos efetuados por um dos homens que surgiram num veículo preto?, informou o superintendente Dilso. Embora seja considerada a principal testemunha do homicídio, a namorada da vítima forneceu poucos detalhes sobre o matador. ?Ela disse que a pessoa atirou sem sair do carro, mas acreditamos que ela esteja tentando se proteger. É provável que o autor tenha saído do veículo e ela tenha visto quem era?, ressaltou o policial. Dilso lembrou que a menina será ouvida novamente, assim como seus familiares, que estavam na casa. A polícia também espera receber ligações anônimas informando sobre o assassinato.

Após levar dois tiros no peito, Jonathan ainda correu em direção a uma residência que estava com o portão aberto, pedindo socorro, mas sua iniciativa foi em vão. O jovem não resistiu aos ferimentos e morreu no local. ?Essa é a realidade aqui. Os adolescentes não têm opção e acabam se metendo em confusão?, frisou Edson. O presidente da Associação dos Moradores defendeu a criação de centros de lazer e trabalho no bairro para evitar que os jovens entrem no mundo das drogas e paguem com a vida pela falta de oportunidades.

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