Acusado se apresenta e nega morte de garotinha

“Me apresentei porque tinha medo de ser morto pela polícia”. Esta foi a justificativa de David Pompeo de Oliveira, o “Farol”, 21 anos, acusado de ser o autor do tiro que feriu mortalmente a garotinha Danielle da Silva Rebelo Campos, de 4 anos. O crime ocorreu às 16h30 do último dia 27 de julho, na Rua Catulo da Paixão Cearese, no Cajuru. “Farol” se apresentou ontem pela manhã, na Delegacia de Homicídios, e diz não saber se o disparo que matou a garotinha foi efetuado por ele.

O acusado estava sendo “caçado” pela polícia, após ser identificado como autor do disparo que matou Danielle. Ele foi convencido pela família a se apresentar. Antes disso, ele já tinha mandado entregar, através de alguns parentes, o revólver calibre 38 que usava. “Eu não devo isto. Sou artigo 157 (assaltante) e não 121 (homicida)”, salientou o rapaz. Ele alega que depois que fugiu da carceragem do 11.º Distrito (Cidade Industrial), no dia 26 de fevereiro deste ano, estava trabalhando em uma chácara. “Ainda falta dois anos e seis meses para cumprir a condenação do assalto”, lembrou.

Tiros

“Farol??, em sua defesa, deu uma versão diferente da apresentada pelos três ocupantes de um Chevette, que passavam pela rua naquele domingo, e seriam seus verdadeiros alvos. “Quando eu estava preso eles espancaram a minha mulher, que estava com o meu filho de um ano e seis meses. Eu queria vingança”, frisou. “Mas não fui procurar. Encontrei-os na rua, por acaso. Estava eu e minha mulher. Eles atiraram e eu revidei. A bala perdida que matou a garotinha pode ter saído da arma deles. Eu não acredito que matei a menina dentro da casa”, salientou. Ele contou que naquela tarde efetuou cinco disparos com o seu revólver calibre 38. “Farol” também negou que ande com duas armas na cintura. “Só tenho uma. É essa que foi entregue na delegacia”, garantiu.

Investigações

O delegado Stélio Machado, titular da Delegacia de Homicídios, informou que investigadores estavam tentando capturar “Farol”. “Nós também mantivemos contato com a família durante todo o fim de semana, na tentativa de que este rapaz se apresentasse espontaneamente e deu certo”, salientou o policial. Ele disse que além do mandado de prisão decretado pela Vara de Execuções Penais, após a fuga, a Central de Inquéritos decretou a prisão preventiva de “Farol”, pela morte da garotinha.

Bala perdida

Danielle estava dentro da casa da avó, no Cajuru, quando foi atingida na cabeça pela bala que invadiu a parte superior do sobrado. Do lado de fora, segundo a polícia, “Farol” atirava contra os ocupantes do Chevette, acertando vários disparos no veículo. A garotinha chegou a ser levada ao Hospital Cajuru por familiares, mas não resistiu ao ferimento e morreu dois dias depois.

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