O 13.º Batalhão da PM (BPM) começou a investigar ontem o possível envolvimento de policiais militares no assassinato de Ednaldo da Cruz, de 19 anos, morto dentro de casa na madrugada de sábado. Segundo o coronel Daniel Alvez de Carvalho, a primeira providência tomada foi a instauração do inquérito policial militar, que deve ter as investigações concluídas dentro de um mês.
A denúncia de que autoridades estariam envolvidas no crime partiu da avó da vítima, Maria Ferreira da Cruz, 57, que afirmou ter visto dois carros da PM e quatro policiais na casa do neto, na madrugada do crime. Ela descreveu as características físicas dos policiais, mas não soube informar o prefixo dos veículos. A partir dessas informações, a PM instaurou o inquérito e afastou os quatro suspeitos.
Segundo o coronel, os nomes não serão divulgados até que as investigações sejam concluídas. Caso seja confirmado o envolvimento dos policiais, eles responderão pelo crime tanto nos trâmites internos da corporação, quanto na Justiça comum. As armas dos policiais foram recolhidas e encaminhadas à perícia para exame de balística, o qual comprovará se os projéteis encontrados no corpo de Ednaldo foram realmente deflagrados por eles. Os carros também serão encaminhados à perícia no Instituto de Criminalística de Curitiba. O coronel disse ainda que solicitará a presença do Ministério Público para acompanhar o andamento das investigações.
Crime
Ednaldo foi morto com dois tiros, às 4h30 de sábado, dentro da casa onde morava na Rua Aristides Borsato, Jardim Estrela, Fazendinha. No momento em que os policiais teriam atirado nele, a irmã de Ednaldo ouviu os disparos e acordou a avó deles, que mora ao lado da casa do rapaz. Ao chegar no local, Maria Ferreira contou que viu o veículo da PM e dois policiais, um dentro da casa e outro na porta. Somente depois que eles foram embora, a senhora conseguiu ver o neto, que agonizava na cama. Ele foi levado ao Hospital do Trabalhador, mas não resistiu aos ferimentos. Cerca de 20 minutos depois outros dois policiais foram até o local. Segundo a PM, eles teriam sido chamados para atender uma ocorrência de briga, em outra casa na mesma rua.