Volume de crédito deve crescer 15,85% em 2004

A redução do juro deve aumentar a oferta de crédito em 15,85% em 2004 e o volume deve chegar a 27,5% do Produto Interno Bruto (PIB). A previsão é da Federação Nacional das Associações de Bancos (Febraban), que estima para o ano que vem uma taxa de juro média de 15%, com a Selic chegando a 13,91% em dezembro.

De janeiro a outubro deste ano, a oferta de crédito cresceu apenas 4,3%, atingindo R$ 394,557 bilhões. Mas a expectativa é que os negócios dêem um salto no último bimestre (novembro e dezembro), capaz de fazer com que o volume de crédito encerre 2003 com alta de 10,15% sobre 2002, quando o estoque somou R$ 378,3 bilhões.

?Apesar do aumento, o crédito no Brasil ainda é muito pouco e representa 25% do PIB atualmente. Em países como o Chile, o crédito representa 68% do PIB?, diz Roberto Luiz Troster, economista-chefe da Febraban.

Segundo Troster, o aumento no volume de crédito no ano que vem ocorrerá principalmente para pessoas jurídicas, que estiveram praticamente ausentes do mercado em 2003, por causa do juro alto. As pessoas físicas tomaram mais empréstimos este ano, mas a Serasa, empresa de análise de crédito, afirma que a maior parte do dinheiro serviu principalmente para trocar ou quitar dívidas.

A disposição de conceder mais crédito reflete um maior otimismo com o comportamento da economia brasileira em 2004. Pesquisa feita pela Febraban com 53 bancos mostra quem eles estimam, em média, um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,55% para 2004, acima dos 3,3% que previam um mês antes, em novembro. O aumento é expressivo e decorre de outros bons indicadores avaliados pelo mercado financeiro. Os bancos acreditam que o risco-país encerrará 2003 abaixo dos 500 pontos e chegará ao fim de 2004 abaixo dos 450 pontos. A inflação acumulada em 2004, na opinião deles, será de 6,12%. A inflação deste ano deve ficar entre 9,02%.

O economista-chefe da Febraban já havia dito que o crescimento de 3,5% para 2004 é um patamar mínimo e que a economia poderá ter um desempenho bem melhor. Na avaliação dele, o crescimento de 3,7% em 2004 é quase certo. Dos 53 bancos ouvidos, nove já projetam uma alta de 4% do PIB no próximo ano.

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