Visita do presidente chinês é sinal de prestígio, diz Itamaraty

A escolha do Brasil como primeiro país a ser visitado pelo presidente da China, Hu Jintao, na viagem à América do Sul é vista, pelo Itamaraty, como sinal de prestígio e reconhecimento da liderança brasileira na região. Jintao desembarca hoje, às 17h30, na base área de Brasília, permanece na capital até sábado, e visita as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo entre domingo e terça-feira.

Além do encontro privado que terá com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta sexta-feira (12) pela manhã, no Palácio do Planalto, onde devem ser assinados 11 acordos, é esperada com expectativa a sessão solene conjunta, marcada para as 15h15, no Congresso Nacional. “Nesta sessão, haverá uma alocução em que o presidente chinês anunciará, pela primeira vez, a política externa da China para a América Latina”, comentou o diretor do Departamento da Ásia e Oceania do Ministério das Relações Exteriores, Edmundo Fujita.

Do Brasil, os chineses aguardam o reconhecimento do país como economia de mercado. O comunicado conjunto assinado ao final da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, em maio, diz que “a parte brasileira tomou conhecimento dos importantes avanços na reforma do sistema econômico chinês e se comprometeu a examinar a questão do reconhecimento da China como um país de economia de mercado, com espírito construtivo”. Seis meses depois, o presidente chinês espera o resultado do exame, mas segundo o diretor do Departamento de Promoção Comercial do Itamaraty, Mário Vilalva, “o assunto é muito complexo”, e o Brasil ainda não tem uma posição definida. Vilalva lembrou que a economia chinesa, que ele qualificou como de transição, ainda sofre forte interferência do Estado, inclusive no controle de preços e na fixação do câmbio.

Em São Paulo, Hu Jintao visitará o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos, onde se realiza o Programa Sino-Brasileiro de Reconhecimento Terrestre (Cbers), principal projeto de pesquisa realizado conjuntamente entre Brasil e China, na área de satélites. O programa, que já colocou dois satélites em órbita, terá garantidos, a partir de protocolos assinados durante a visita do presidente Chinês, os lançamentos dos Cbers 2b e Cbers 3, com lançamento previsto para 2008. Um outro acordo permitirá a comercialização das imagens produzidas pelos satélites para terceiros países.

A visita a São Paulo, que acontece no dia 15, contará ainda com reuniões com o governador Geraldo Alkmim, e encontros com a comunidade chinesa na cidade. Antes disso, no domingo, a missão chinesa vai ao Rio de Janeiro, onde será recebida pela governadora Rosinha Matheus e também manterá encontros com a comunidade chinesa. No dia 16, Jintao e sua comitiva embarcam para a Argentina. Fazem parte do roteiro, ainda, visitas a Cuba e ao Chile.

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