Visita de Morales causa embaraços ao Itamaraty

Os atrasos e atropelos na agenda do presidente da Bolívia, Evo Morales, em Brasília, criaram algumas situações embaraçosas para a diplomacia brasileira. Às 17h10, por exemplo, o próprio ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, informou à imprensa que Morales estava, naquele momento, despachando no gabinete dele, Amorim, no Palácio do Itamaraty, com assessores.

O atraso da chegada de boa parte da delegação de Morales, por causa de uma tempestade, levará os dois presidentes a se reencontrarem no Palácio do Planalto, a partir das 18h30, para finalizar os acordos que, neste momento, continuam sendo negociados. Amorim reconheceu que "não é toda hora que uma visita de Estado se transforma em uma visita negociadora", mas conformou-se: "As coisas são como são.

Em seu papel de chanceler, Amorim afirmou que é muito mais simples uma visita de Estado quando há relações maduras entre os dois países. "Nós temos uma relação que está-se fazendo, por conta do processo de transformação da Bolívia. É um relacionamento novo.

Um repórter perguntou se a relação Brasil-Bolívia estava "gaseificada" – uma referência ao fato de ter-se tornado crucial entre os dois países, a negociação sobre o preço do gás boliviano e sobre o seu fornecimento ao Brasil. Amorim respondeu: "Eu diria que está-se solidificando".

Amorim afirmou também que nunca qualificou de "infantil" a atitude do governo boliviano de condicionar a realização da visita oficial de Morales à concordância do presidente Lula em negociar com ele o problema do aumento do preço do gás exportado pela Bolívia para o Brasil. O chanceler disse que o tema foi tratado entre os dois presidentes, mas de forma ampla, sem abordagem da questão do preço. Amorim disse também que há obrigações contratuais, de parte a parte – uma clara referência a questões como o preço e o fornecimento do gás.

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