Velho conhecido

Falta apenas a posse do novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o executivo de grandes conglomerados Miguel Jorge, para que o presidente Lula conclua a reforma do ministério e inicie, de fato e de direito, o período administrativo que se estenderá até o final de 2010.

Na sexta-feira houve a cerimônia de posse dos ministros Walfrido Mares Guia (Relações Institucionais), Marta Suplicy (Turismo) e Reinhold Stephanes (Agricultura e Abastecimento), ficando para depois de amanhã o ingresso formal de Miguel Jorge no governo, no lugar do empresário Luiz Fernando Furlan, um dos poucos que permaneceram no ministério ao longo de todo o primeiro mandato.

A opção por Miguel Jorge foi sacramentada após a tentativa de convencer outros megaempresários a assumir a importante pasta, tendo em vista a realidade da inserção do Brasil no mercado exterior, com o desempenho louvável do exercício passado e a ampla possibilidade de seguir conquistando excelentes resultados.

Por isso, Lula sondou expressões do porte de Jorge Gerdau Johannpeter, Abílio Diniz e Horácio Lafer Piva – entre outros – na legítima aspiração de trazer para a administração não apenas uma incontestável liderança classista, mas, acima de tudo, consolidar a imagem de solidez e confiabilidade da área diretamente relacionada ao mercado mundial.

Nesse aspecto, o ministro Luiz Fernando Furlan, com sua longa experiência em comércio exterior, foi responsável por um dos significativos êxitos do governo, mesmo com os auspícios do crescimento sustentado da economia das nações industrializadas e a procura maciça de commodities aqui produzidas.

O executivo Miguel Jorge, que trocara o comando da redação do jornal O Estado de S. Paulo por uma diretoria da extinta Autolatina, fusão da Ford e Volkswagen nos anos 80s, atualmente era vice-presidente de assuntos corporativos do Banco Santander.

Afinal, Lula obteve o passe de um velho conhecido, pois a função de Miguel Jorge foi amenizar o potencial de conflitos entre diretores da montadora e líderes do sindicalismo emergente do ABC, dentre os quais o inegável comando pertencia àquele que hoje exerce, pela segunda vez, o cargo máximo da República.

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