Valério não intermediou empréstimo ao PT, afirma presidente do BMG

O presidente do Banco de Minas Gerais (BMG), Ricardo Guimarães, disse, nesta terça-feira, que o empréstimo de R$ 2,4 milhões concedidos em fevereiro de 2003 ao PT teve como garantia "o lastro do partido pelo fundo partidário e pelas contribuições dos seus filiados", além do aval de Marcos Valério de Souza que, na época, "era um empresário rico com certo conhecimento em Minas Gerais".

Guimarães disse que as assinaturas do contrato de empréstimo pelo ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, e pelo ex-presidente do partido, José Genoino, foram "avais morais".

Ele disse que o empréstimo foi pedido por Delúbio Soares. Ele negou que Marcos Valério tenha sido o intermediário entre o banco e Delúbio. Segundo Guimarães, o ex-tesoureiro foi encaminhado pelo representante do BMG em São Paulo e Brasília, Rui Guerra.

O pagamento do que foi emprestado pelo banco está sendo cobrado na Justiça e soma R$ 3,3 milhões. Ricardo Guimarães disse, em depoimento à sub-relatoria de finanças da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, que o PT pagou quatro parcelas dos R$ 800 mil em juros referentes ao empréstimo. Além destes pagamentos, Marcos Valério pagou uma parcela de R$ 350 mil.

"Como houve uma deterioração clara com relação ao risco do crédito, analisamos que deveria ser tomada uma providência mais enérgica para garantir o pagamento (do empréstimo)", afirmou Ricardo Guimarães. O empréstimo venceu em agosto deste ano e estão sendo executados judicialmente o PT, Marcos Valério, Delúbio Soares e José Genoino.

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