Valério, Jefferson e Dirceu serão “chacotas” no carnaval 2006

A crise política que se abateu sobre o País acabará no samba. Pelo menos, os principais personagens. O escultor Armando Valles, que há 40 anos faz máscaras carnavalescas, fez do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, do ex-deputado Roberto Jefferson (em duas versões, a normal e a com olho roxo), do ex-deputado José Dirceu (PT-SP), do chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Luiz Gushiken e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva os modelos da temporada 2006.

"O ‘mensalão’ foi bom para o carnaval. Todo ano tem um ou outro político em evidência. Esse ano são seis máscaras diferentes. Isso nunca havia acontecido", disse Valles, que não dá conta das encomendas. As Lojas Americanas receberão 20 mil peças da "linha mensalão". Uma grande rede varejista pediu 70 mil, mas Valles ainda não aceitou o serviço. "Estou analisando. Não sei se conseguiremos terminar a tempo." Nas lojas, cada molde sai a cerca de 1,80 real.

A primeira máscara de político feita pelo escultor foi a do ex-prefeito de São Paulo Jânio Quadros, depois que ele renunciou à Presidência, em 1961. "Na época da ditadura, não me atrevi a fazer máscaras de políticos. Só depois, na abertura, que voltei ao tema para o carnaval." O escolhido foi o ex-presidente Tancredo Neves. "Foi o que mais vendeu, em todos os tempos. Foram mais de 10 mil máscaras só dele", diz o espanhol de 80 anos, que chegou ao Brasil em 1954.

A fábrica de Valles fica em São Gonçalo, no Grande Rio. Ao longo do ano, ele trabalha com 12 funcionários. No período pré-carnavalesco, o número aumenta para 20. A fama do escultor chegou à Europa. Esse ano, além dos políticos brasileiros, recebeu encomendas de retratar em máscaras a família real espanhola.

Voltar ao topo