Vã filosofia

A reportagem de O Estado do Paraná flagrou, em pleno centro histórico de Curitiba, o tráfico e o consumo de crack, à luz do dia. Qualquer pessoa que se aventure a circular pelas ruas e praças da citada área certamente vai testemunhar as cenas relatadas pela jornalista Patrícia Cavallari, na edição de sábado.

Uma vergonha. Garotos recém-saídos da adolescência traficando e consumindo droga pesada como se fosse coisa normal, sem ser importunados. O tráfico é feito nas proximidades de uma lanchonete da Rua São Francisco, enquanto outras atividades também acontecem.

A lanchonete atende a clientela, o guardador de carros orienta os motoristas entrando ou saindo das vagas junto ao meio-fio e a atenta funcionária da Diretran verifica os horários assinalados nos cartões de EstaR. No comércio paralelo, ativíssimo por sinal, o vendedor de pedras de crack abastece os usuários com a destreza digna de um prestidigitador.

O dado alarmante da reportagem sobre esse lado menos glamuroso da cidade, que sempre é citada dentre as melhores e mais atraentes do País, foi revelado por alguns policiais militares que patrulham o local: ?O problema é que, quando nos vêem fardados, logo dispensam a droga e não conseguimos prender ninguém em flagrante?.

Sem a menor dúvida, a situação das forças destinadas a manter a ordem é mais grave do que supõe nossa vã filosofia.

Voltar ao topo