Uma base em desalinho

A pesquisa do Instituto Alvorada, de Londrina, para a eleição municipal de Curitiba, caiu como uma bomba nas hostes governamentais. O fracasso do ?candidato oficial?, o reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Carlos Augusto Moreira Júnior, abriu nova crise na base de sustentação ao governador do Paraná, Roberto Requião, que tenta cacifar seu candidato a qualquer preço.

A atitude ousada do deputado federal Rodrigo Rocha Loures, também do PMDB, pode embaralhar em definitivo o destino da candidatura Moreira. Ele pediu a renúncia do pré-candidato, oitavo lugar na pesquisa, em nome de uma composição mais forte, com o próprio deputado se oferecendo para a eleição à Prefeitura de Curitiba. E nova crise se instalou.

A ?tropa de choque? do governador reagiu com rapidez. Presidente e vice estaduais do PMDB, deputados Waldyr Pugliesi e Luiz Cláudio Romanelli, afirmaram que pesquisa não ganha eleição e que o apoio do governador será decisivo na eleição de outubro, mesmo com o prefeito Beto Richa (PSDB) abrindo vantagem na pesquisa do Instituto Alvorada de mais de 50 pontos percentuais sobre a segunda colocada, Gleisi Hoffmann (PT), e tendo 78 vezes o índice de Carlos Moreira.

Estão corretos os deputados ao falar que a pesquisa não decide eleição. Lembram eles que o candidato apoiado pelo governador no pleito passado, o hoje deputado federal Ângelo Vanhoni, sempre esteve à frente nas pesquisas, e acabou perdendo na reta final para Beto Richa. Há casos clássicos, como as vitórias de Leonel Brizola ao governo do Rio de Janeiro em 1982 e de Mário Covas ao governo de São Paulo em 1998, quando eram considerados derrotados e levaram ao final da apuração.

Mas o que decide uma eleição são a veracidade e a profundidade das propostas, a capacidade de comando, a limpeza das alianças e a idoneidade do candidato. O povo não vota mais por conta de quireras entregues em convescotes de campanha. Há muito a acontecer na campanha à Prefeitura de Curitiba, e não será com bravatas que alguém será eleito.

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