De uma hora para outra, uma antiga reivindicação dos curitibanos vem à tona. Quem reclamava dos trens que cruzam a capital paranaense ouviu, nos últimos dias, uma enxurrada de informações: que vem aí o trem-bala Curitiba a São Paulo, que vem aí o trem-bala Curitiba a Belo Horizonte, que surgirá um ?contorno ferroviário?, que linhas serão desativadas, que haverá o rebaixamento de alguns ramais.
Tudo lindo, mas ainda no papel ou nem isso. Como é de praxe, as possibilidades aparecem às pencas neste período pré-eleitoral, quando cada ação (dos governos federal, estadual e municipal) parece medida para se obter dividendos nas urnas.
Acreditando que há uma intenção justa e plausível nas iniciativas do setor ferroviário, pode-se estar desatando um nó histórico. Como seriam muito grandes os investimentos para a criação de um sistema de transporte de passageiros, a possibilidade do rebaixamento de ramais e da criação do tal contorno faria com que soluções para o trânsito fossem mais simples.
Um exemplo: segundo o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit), o ramal que passa pela Rodoferroviária de Curitiba e pelos bairros Jardim Botânico e Capão da Imbuia, entre outros, poderia ser desativado com a criação do contorno. Na região do bairro Vila Oficinas, o rebaixamento das linhas também permite a criação de vias auxiliares para a melhoria do trânsito.
Garante o órgão federal que estas obras serão rápidas tanto na divulgação do edital, na definição da empresa que tocará a obra e principalmente em sua realização. E que também não haverá problemas com a Prefeitura da capital, que o relacionamento entre os governos é ótimo. Mesmo que o superintendente regional do Dnit, David José de Castro Gouvêa, em entrevista à rádio CBN, tenha afirmado que quem deu a idéia foi a ?amiga Gleisi Hoffmann?, candidata do PT à Prefeitura – e, portanto, adversária do prefeito Beto Richa no pleito.
Torçamos que uma obra desta importância não seja perdida por conta das picuinhas tradicionais da política.