Treinamento de pecuária leiteira em Guarapuava deve mudar perfil de produtores

O vice-governador e secretário da Agricultura Orlando Pessuti, acompanhado do diretor-geral da Secretaria, Newton Pohl Ribas, visitou no último final de semana as instalações da Unidade Didática de Bovinocultura Leiteira, instalada no Campus da Unioeste, em Guarapuava. O local, transformado em uma fazendinha, recebe visitantes em excursões e técnicos, para dias de campo e treinamentos, onde conhecem os sistemas de pastagens, de manejo de gado, bem como as salas de ordenha.

A pecuária leiteira é uma das principais atividades sócio-econômicas do Estado do Paraná, entretanto é explorada muitas vezes, em sistemas extensivos de baixa eficiência, com utilização predominante das pastagens naturais e naturalizadas para alimentação dos rebanhos durante todo o ano. ?Estas pastagens, geralmente em adiantado grau de degradação, com manejos reprodutivos e nutricional deficientes, além do baixo mérito genético dos rebanhos, acabam se tornando entraves para a elevação dos índices produtivos do rebanho leiteiro, e precisamos reverter essa situação?, explicou Pessuti.

Animais pouco produtivos, baixa fertilidade dos solos, reduzida informação tecnológica e predominância de ordenha manual, com condições higiênicas insatisfatórias que afetam a qualidade do leite, também contribuem para esse fator.

Com a finalidade de reverter esse quadro, no ano passado a Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) em parceria com a Emater conseguiu recursos através do Programa Paraná 12 Meses, da Secretaria da Agricultura, para implantar uma unidade didática de bovinocultura leiteira.

Esta unidade foi projetada para atender o perfil regional das pequenas propriedades familiares, que tem na bovinocultura leiteira uma das suas principais fontes de renda. Para isso a unidade didática foi transformada em centro de treinamento para produtores da região, divulgando e difundindo as técnicas ali obtidas. Tudo é feito por meio de treinamento contínuo, em módulos didáticos, como forma de capacitação e reciclagem dos técnicos de extensão rural e estudantes dos cursos de Agronomia e Medicina Veterinária.

Na prática, eles aprendem sobre pastagens, suplementação alimentar, manejo nutricional, reprodutivo e sanitário do rebanho, conforto térmico dos animais, recuperação e conservação da fertilidade do solo, plantio de matas ciliares, controle de efluentes e melhoria da qualidade da água, controle da mastite, controle de qualidade do leite e acompanhamento do custo de produção.

A unidade didática é composta por 3,5 ha, dividida em 12 piquetes, de pastagens cultivadas com as seguintes espécies: de verão (tifton 85, coast-cross, capim elefante pioneiro, sorgo forrageiro e papuã) e de inverno (azevém, aveia preta e branca) e 1 ha para a confecção de silagem de milho. Atualmente a unidade possui 10 vacas da raça Jersey em lactação, porém, espera-se trabalhar com 13 vacas em lactação. A produção média diária de leite é de 14 litros/vaca/dia, período de lactação de 270 dias e intervalo entre partos de 12 meses.

No ano de 2004 foram investidos pelo Paraná 12 Meses e pela Unicentro R$ 64.170,00 na construção das instalações, aquisição de animais, formação de pastagens e construção de cercas. O projeto também contou com a participação da iniciativa privada e de uma cooperativa de leite, que auxiliaram no fornecimento de equipamentos como conjuntos de ordenha, resfriador a granel, canos de contenção, equipamentos e material de higiene e limpeza.

Os responsáveis técnicos pelo projeto são: Valdir Tambosetti, zootecnista da Emater e os professores da Unicentro, engenheiros agrônomos Sebastião Brasil C. Lustosa, Mikael Neummann, Itacir Sandini, André Fischer Sbrissia; os médicos veterinários Marco Aurélio Romano, médica veterinaria Margarete K. Falbo, engenheiro agrônomo André Fischer Sbrissia e o Zootecnista Paulo Roberto Ost.

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