Transponder do Legacy voltou a funcionar após colisão

Dez segundos após a colisão com o Boeing da Gol, o transponder do Legacy voltou a funcionar. A informação consta da caixa-preta com os dados do avião Legacy, de fabricação da Embraer, que foi examinada por técnicos no Canadá e cujos dados foram analisados pela Comissão de Investigação do acidente.

A informação foi repassada a parlamentares que, durante dois dias, visitaram em Brasília, Anápolis e Manaus, instalações da Aeronáutica e puderam conhecer o funcionamento do controle do tráfego aéreo no País.

Segundo os parlamentares consultados pelo Estado, os militares defenderam a instituição, os controladores de vôo e os seus equipamentos. Não admitiram sequer que possa ter havido falha por parte dos controladores de vôo, nos radares ou nos rádios de comunicações.

Nestas conversas, os militares preferiram sugerir que a responsabilidade do acidente é dos pilotos do Legacy, justificando que, por tudo que se tem de dados colhidos até agora, os norte-americanos que conduziam o jatinho desligaram deliberadamente o transponder, que indica na tela do radar onde o avião está passando.

De acordo com estas informações da caixa-preta, dez segundo após o choque, a identificação do Legacy na tela do radar voltou a aparecer, restabelecendo o contato.

Os militares insistiram, nas conversas com os parlamentares, que os céus brasileiros estão totalmente guarnecidos e que não existem pontos cegos, como alegam alguns pilotos de companhias aéreas. Defenderam ainda o sistema misto de controle do tráfego aéreo, apresentando todas as vantagens da operacionalidade conjunta.

Relatório preliminar

Em visita a Salvador (BA), onde participou da formatura da 16ª turma da Escola Superior de Administração do Exército – a única do gênero no País -, na noite desta sexta-feira, 10, o ministro da Defesa, Waldir Pires, confirmou que o relatório preliminar sobre o acidente envolvendo o Boeing da Gol e o jato Legacy sai na semana que vem. "Não vai ser o relatório final, mas garanto que vai ser algo muito próximo disso", declarou. "É um instrumento importante não apenas para que se indiquem culpados, mas principalmente para que se aprenda com o ocorrido e, assim, se evite que novas tragédias como essa aconteçam.

O ministro também ressaltou que não vai haver contingenciamento do orçamento de sua pasta. "Não faria sentido, precisamos de melhorias em todas as áreas do Brasil e a nossa não é diferente" afirmou. "Por isso, vamos investir todos os recursos que nos foram destinados pelo orçamento até o fim do ano". Até a última segunda-feira, o Comando da Aeronáutica, por exemplo, havia gastado R$ 291 milhões – 54% do orçado pelo governo federal no início do ano. O ministro não soube dizer, porém, quais serão as prioridades de investimento.

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