Trabalhadoras rurais querem acesso a linha de crédito especial

Brasília – Cerca de mil e quinhentas mulheres trabalhadoras rurais fizeram, hoje de manhã, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, uma manifestação reivindicando autonomia de acesso a linha de crédito especial. São pequenas agricultoras, assentadas, arrendatárias, pescadoras artesanais, extrativistas e ribeirinhas vindas de dezesseis estados e integrantes do
Movimento de Mulheres Camponesas.

No fim da manhã, elas interditaram o trânsito na Esplanada dos Ministérios para antecipar a audiência com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, marcada para as 14h. As camponesas conseguiram seu objetivo e o ministro as recebeu por volta do meio-dia. Durante o encontro, elas apresentaram um documento com várias reivindicações, entre elas o crédito
especial para as mulheres do campo, a implantação do cartão do segurado especial para facilitar o encaminhamento de beneficios da Previdência Social e um sistema de saúde único para o interior.

Depois da audiência, o ministro Miguel Rosseto disse que o governo reconhece a legitimidade das mulheres camponesas de terem acesso a um crédito especial. Ele citou, como exemplo, o Pronaf-Mulher que, no ano passado, registrou 16 mil contratos e mais de R$ 180 milhoes investidos. Segundo o ministro, o plano de safra para 2004/2005 deverá melhorar o crédito.
Ele disse que, ainda neste mês, uma comissão do ministério receberá das mulheres camponesas propostas que serão analisadas. “Vamos trabalhar não só no crédito, mas também no estímulo do processo produtivo, da renda e da valorização das mulheres camponesas e ainda dar sequência a uma campanha de regularização de documentos das mulheres, importante do ponto de vista da
cidadania”, afirmou Rosseto.

Esta é a expectativa da camponesa Maria do Socorro Silva, de 51 anos, mineira de Marilaque. Dona Maria disse que as mulheres estão se descobrindo como cidadãs e trabalhadoras. “Estamos atrás dos nossos direitos”, disse com firmeza. A baiana Teresa Cabral, de 60 anos, viajou mais de 18 horas de ônibus desde a cidade de Frei Inocêncio para reivindicar o crédito especial. “Estou aqui querendo meus direitos de mulher”, disse.

As representantes do Movimento de Mulheres Camponesas têm, ainda hoje, audiências marcadas com os ministros da Previdência Social, Amir Lando, e da Saúde, Humberto Costa.

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