Trabalhador ganha menos e desemprego recua

O rendimento médio do trabalhador brasileiro caiu novamente no mês de julho e atingiu o nível mais baixo desde que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) iniciou a sua nova pesquisa do mercado de trabalho, em agosto de 2001. Segundo o instituto, as pessoas ocupadas receberam em média R$ 833,50. Em julho de 2002, o rendimento médio – descontada a inflação – era de R$ 996,92. Com isso, a comparação anual revelou queda de 16,4%, a maior observada desde o início da série. Na comparação com o mês anterior, houve queda de 1,7%.

De junho a julho deste ano, caiu ligeiramente o rendimento dos empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (-1,4%) e dos empregados sem carteira de trabalho assinada no setor privado (-1,5%), além de uma leve recuperação no rendimento dos trabalhadores por conta própria (2,8%).

Em relação a julho do ano -passado, caiu o rendimento dos trabalhadores por conta própria (-21,1%), dos empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (11,3%) e dos empregados sem carteira de trabalho assinada no setor privado (-12,7%).

Desemprego recua

A taxa de desemprego interrompeu em julho uma seqüência de seis meses de crescimento e ficou em 12,8%, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O desemprego vinha crescendo desde dezembro do ano passado, quando estava em 10,5%, e chegou a 13% em junho deste ano, quando atingiu a maior taxa já registrada pela Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE.

Apesar da queda, na comparação com julho de 2002, o indicador cresceu 0,9 ponto percentual. Nos últimos 12 meses, a população desocupada aumentou 13,4% ? o equivalente a 318 mil pessoas.

Segundo o IBGE, o número de pessoas procurando trabalho (a chamada população desocupada) caiu 1,9% em relação ao mês passado. As maiores quedas se deram nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte (-7,1%) e de Porto Alegre (-8,8%).

Nas outras, houve as seguintes variações: Recife (4,1%), Rio de Janeiro (-2,8), Salvador (-1,6%) e São Paulo (0,7%).

O contingente de pessoas trabalhando não apresentou variação significativa na comparação mensal. Em relação a junho de 2002, houve aumento de 4,3%.

Na comparação com julho de 2002, cresceu o número de trabalhadores por conta própria (9,6%) e de empregados sem carteira de trabalho assinada (5,7%), enquanto o dos empregados com carteira de trabalho assinada manteve-se constante.

O número de pessoas não economicamente ativas (fora do mercado de trabalho) aumentou 1% em relação a junho e caiu 2,3% na comparação com julho do ano passado. Neste período, as regiões metropolitanas de Recife, Salvador e São Paulo apresentaram quedas (-5,8%, -3,7%, -5,3%, respectivamente).

Semestre

Nos seis primeiros meses do ano, o desemprego havia fechado com uma taxa média de 12,2% da PEA (População Economicamente Ativa). Foram 2,735 milhões de desempregados que procuraram por trabalho no mês de junho ?um acréscimo de 449 mil pessoas no grupo de desempregados em relação a janeiro.

Entretanto, no período, houve um aumento de apenas 98 mil pessoas no grupo de empregados. De acordo com o IBGE, o mercado de trabalho não está conseguindo absorver as pessoas que estão procurando emprego.

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