Tolmasquim prevê redução do consumo de gás no país

O consumo nacional de gás natural, que no ano passado cresceu 7,4%, segundo dados preliminares do Balanço Energético Brasileiro, poderá diminuir neste ano, como conseqüência direta da repercussão, entre os consumidores, das informações divulgadas a partir da nacionalização das reservas na Bolívia.

A previsão é do presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, para quem "é normal que o consumidor do gás natural veicular ou gás para a indústria esteja repensando a questão dos investimentos, mas não existe o perigo real de faltar o produto". Ele defendeu a necessidade de se repensar a questão da utilização do gás como combustível veicular, uma vez que há outras alternativas.

"É uma questão mais ligada aos estados do que à federação, mas há substituto como a gasolina e o álcool para os veículos, mais fácil do que para a indústria. Então, eventualmente, em um determinado momento, poderá ser necessário fazer uma reflexão sobre o consumo do gás natural", disse.

Para desestimular o consumo, Tolmasquim lembrou que existem vários instrumentos que os estados podem adotar, "inclusive relacionados à retirada a eventuais subsídios dados aos donos de veículos que utilizam o gás como combustível". Na avaliação dele, "o que nós estamos vendo hoje é que o crescimento do consumo do gás tem sido muito mais rápido do que o da oferta do produto".

Ele lembrou que a oferta deverá aumentar em 2008, com a entrada no mercado do gás proveniente do Campo de Mexilhão. "Mas somente a partir de 2010 é que passaremos a viver uma situação mais tranqüila. Até lá, teremos algumas restrições. É claro que o gás natural liquefeito (GNL) é uma opção, porém mais cara. Neste caso, caberá ao consumidor a ponderação de sua viabilidade em função do preço", adiantou. 

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