Tiro de espingarda da PM matou garoto, aponta polícia

O tiro que matou o garoto Luís Henrique Dias Bulhões, de 13 anos em Rondonópolis, em Mato Grosso, no sábado, saiu de uma espingarda usada pela polícia militar, durante simulação de ação contra seqüestro em Mato Grosso. As armas usadas na simulação que acabou matando o adolescente vão ser periciadas em Cuiabá (MT), mas os policiais civis que investigam os PMs já sabem de que tipo de arma foi feito o disparo fatal. Foi de uma das três espingardas calibre 12 usadas dentro do ônibus.

A escola onde Luís Henrique Dias Bulhões estudava amanheceu fechada hoje, em sinal de luto. Outras nove pessoas ficaram feridas. Os sete policiais envolvidos na simulação estão detidos. Para apurar o caso, foram instaurados inquéritos na Corregedoria da Polícia Militar, na Polícia Civil e no Ministério Público.

As cenas que a PM ainda não conseguiu explicar começam a ser esclarecidas. As investigações da Polícia Civil mostram que a simulação foi feita em duas etapas: o primeiro grupo, com três PMs armados com fuzis, cercou o ônibus, fez disparos do lado de fora e jogou uma bomba de efeito moral. Em seguida, o segundo grupo entrou no coletivo. Eram quatro policiais armados com espingardas calibre 12. Houve novos disparos. Segundo a Polícia Civil, foram esses tiros que atingiram as vítimas.

Apuração

Os peritos apuraram que os PMs dentro do ônibus atiraram contra três alvos de papel que representavam os seqüestradores, afixados no vidro traseiro do veículo. Se os disparos tivesse sido feitos com balas de festim, os tiros conseguiriam atingir os alvos, mas não quebrariam o vidro, que foi estilhaçado.

O delegado responsável pelas investigações, João Pessoa, não descarta a possibilidade de que um tiro só tenha matado o adolescente e ferido os outros moradores. O comandante regional da Polícia Militar em Mato Grosso, Wilquerson Sandes, deve prestar depoimento na tarde de hoje. Três vítimas continuam internadas. As informações são da TV Globo.

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