Têxteis registram maior déficit comercial em 72 meses

O setor têxtil e de confecção registrou em julho o maior déficit comercial dos últimos 72 meses: US$ 49 milhões, resultado de queda de 5% das exportações e aumento de 70,5% nas importações, ante o mesmo mês de 2005.

No acumulado de janeiro a julho, as vendas externas do setor ainda estão positivas em 2,7%, segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). Mas esse aumento, de acordo com o diretor-superintendente da entidade, Fernando Pimentel, somente acontece por conta das exportações de fibras de algodão, que cresceram 41% em relação aos sete primeiros meses do ano passado. Excluídas as exportações de fibras de algodão (que representaram 32,8% do volume total exportado pela cadeia neste ano), as vendas externas do setor caíram 0,9%, em valor, e 1,3%, em volume.

O saldo comercial do setor nos primeiros sete meses de 2006 mudou de sinal em relação ao mesmo período de 2005: o superávit de US$ 255,4 milhões foi substituído por um déficit de US$ 50,8 milhões. Excluídas as fibras de algodão, a balança comercial setorial registra déficit de US$ 109,8 milhões nos sete primeiros meses do ano, contra um superávit de US$ 194,5 milhões no mesmo período do ano passado.

As exportações de confecções, produtos de maior valor agregado, também recuaram em volume e valor, o que mostra que o Brasil, neste ano, está fornecendo menos produtos de maior valor agregado e aumentando suas vendas externas de matérias-primas.

Dentro dos produtos de maior valor, destaca-se a queda nas exportações do vestuário de tecido plano (-38,2%). As calças de algodão de uso feminino, segundo principal item de exportação de vestuário em 2005, apresentaram queda de 52%, em volume, e 41%, em valor. As calças masculinas de algodão, quarto principal produto de vestuário exportado no ano passado, recuaram 62%, em volume, e 53%, em valor, nos primeiros sete meses do ano ante o mesmo período de 2005.

De janeiro a julho de 2006, as importações do setor têxtil e de confecção subiram 39,4%, em valor, e 33,4% em volume, quando comparadas ao mesmo período de 2005. O aumento ocorreu em quase todos os segmentos da cadeia têxtil e de confecção, principalmente nos segmentos de maior valor agregado. Nos primeiros sete meses do ano, a China respondeu por 59,2% das importações brasileiras de vestuário.

Voltar ao topo