O Tesouro Nacional lançou ontem, pela primeira vez na história, um título de dívida pública interna com juros prefixados com resgate em sete anos. O anúncio foi feito hoje em São Paulo pelo secretário do Tesouro, Joaquim Levy, no 3º Congresso de Fundos de Investimento, promovido pela Associação Nacional de Bancos de Investimento (Anbid).
Segundo Levy, trata-se de um passo importante para aumentar a participação dos títulos prefixados no perfil da dívida, que hoje está entre 20% e 25%, e alongar a dívida. "Alongar a dívida hoje é um dos principais desafios, que pode ter um retorno enorme em termos de estabilidade, em termos de perspectivas de crescimento e, para isso, a participação do setor financeiro é muito importante", afirmou Levy.
Até o lançamento de ontem, os títulos com maior prazo de resgate eram os de 5 anos, que já tiveram volume de venda "em alguns bilhões de reais", segundo Levy. Para o secretário, a nova faixa terá grande impacto na indústria de fundos de investimentos. "Isso significa que tem gente que tem confiança, que pode comprar um papel de sete anos que não vai ter inflação, não vai ter plano, não vai ter nenhuma confusão que ponha em risco o investimento nominal. Você sabe quantos reais vai receber daqui sete anos e você sabe que esses reais vão valer alguma coisa", afirmou Levy.
O secretário do Tesouro ressaltou a importância do alongamento das dívidas públicas e privadas e destacou que essa tarefa deve ser compartilhada pelo governo com a indústria de fundos. De acordo com o secretário, medidas como aumentar a curva de juros nominais, alongar as dívidas e emitir papéis nominais terão o efeito de "modernizar e dinamizar" a indústria de fundo nos próximos dois anos.