Tensão com FAB pode levar controladores de vôo a greve

A queda-de-braço entre Comando da Aeronáutica e controladores de vôo, que alegam estar sendo vítimas de punições no trabalho, poderá levar a um novo caos aéreo. Além do indicativo de greve para segunda-feira dos controladores civis do Rio de Janeiro, há uma mobilização dos militares em alguns pontos do País que já começa a ter reflexos nos vôos. Hoje, em Brasília, também deve ocorrer uma manifestação, aproveitando as comemorações do Dia Mundial da Meteorologia. Esse movimento poderá deflagrar paralisações ou novas operações-tartaruga em diversos aeroportos brasileiros.

Ontem, seis vôos de Manaus (AM) sofreram atrasos com a operação-padrão desencadeada na cidade. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Tráfego Aéreo, Jorge Botelho, embora não represente os militares, nega que eles estejam fazendo operação-padrão. Explica, no entanto, que eles têm de fazer ?retenção de fluxo?, que significa segurar aviões no chão para aumentar o espaçamento entre as decolagens, por causa de problemas não solucionados nos equipamentos de Manaus.

Botelho disse ainda que desconhece manifestação de militares em Brasília ou possibilidade de eles promoverem algum tipo de manifestação ou até greve de fome. Advertiu, no entanto, que as lideranças dos sindicatos perderam o controle sobre os colegas. O estopim do problema teria sido a transferência compulsória para Santa Maria (RS) do primeiro-sargento controlador Edileuso Souza Cavalcante, que era diretor de Mobilização da Associação Brasileira do Tráfego Aéreo (ABCTA), lotado, até então, no Cindacta-1, em Brasília. No caso de Cavalcante, a Aeronáutica disse que a transferência foi ?por necessidade de serviço?. Extra-oficialmente, a informação que circulava era de que ele foi transferido como forma de punição administrativa, em razão de sua mobilização na associação.

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