Temer critica governo por negociar individualmente com peemedebistas

Brasília – O presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), criticou a forma das negociações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para aumentar a participação do partido no governo. Segundo ele, as conversas estão sendo feitas em um passo "equivocado" e poderá levar a uma nova divisão no partido. Temer defende que as conversas sejam institucionais e descarta as conversas "individuais" com peemedebistas alinhados ao presidente. Entre eles, o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), o ex-presidente José Sarney (AP), o deputado Jader Barbalho (PA), o ex-ministro das Comunicações Eunício Oliveira (CE).

"Estão abandonando as negociações institucionais, que estão sendo pessoais. Isso repete os erros do passado. A seguir nesse ritmo não haverá unidade no PMDB. Esse gestual político acaba levando para a divisão do PMDB", disse Temer. E acrescentou: "As coisas estão caminhando num processo equivocado, porque está se abandonando a institucionalidade nas conversações e elas têm sido de natureza pessoal".

O presidente do PMDB afirmou também que deve permanecer independente nas negociações com o governo, já que não vê os entendimentos serem feitos de forma institucional. "Me declaro em posição de independência absoluta ao não ver o PMDB institucionalmente convocado para o diálogo. O problema não é com o deputado fulano de tal, mas com a instituição PMDB". Ele  disse que pode dialogar com o governo, se forem retomadas as conversas de forma institucional. "Posso até fazer parte de uma  trincheira, mas não posso ser ditador do partido. Eu não me insurgiriacontra uma decisão partidária".

Mesmo afirmando ser favorável à coalizão política na composição de forças para um segundo mandato, proposta pelo presidente  Lula, Temer criticou a mudança no rumo proposto inicialmente pelo presidente. "Eu não estou reclamando do presidente, mas as coisas estão tomando um rumo que me parece inadequado. Qual é o significado de coalizão? É política, com partidos partícipes do governo e co-responsáveis por ele", concluiu.

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