Taxa de insatisfação

Os dirigentes das grandes empresas nacionais e multinacionais localizadas no Brasil continuam insatisfeitos com o andamento da política do governo para o setor econômico. A indicação foi colhida por uma pesquisa encomendada pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), realizada em parceria com a Fundação Getúlio Vargas.

Não chega a ser nenhuma novidade.

Nos últimos meses são bastante evidentes os indícios do desconforto dos empresários em relação ao governo federal, especialmente no que diz respeito ao emaranhado do sistema tributário, a elevação contínua das taxas de juros e a dificuldade na obtenção de crédito para médios e pequenos empreendimentos.

A pesquisa foi realizada mediante entrevistas com 266 empresários participantes de um encontro de lideranças, durante o qual houve uma palestra do presidente do Grupo Pão de Açúcar, Abílio Diniz. Numa escala de 0 a 10, os 220 questionários entregues atribuíram ao governo a sofrível nota 2,8.

Portanto, a visão momentânea do grupo inquirido mostra que é ruim o desempenho do governo Lula no âmbito da política econômica. Na verdade, trata-se da perenização de uma idéia em desenvolvimento entre membros do setor produtivo de bens e capitais. Para o governo, passou da hora de acender todos os sinais de alerta máximo.

O diretor-geral da FGV, Fernando Meirelles, afirmou que esta foi a nota mais baixa registrada nos últimos dois anos. É o reflexo da crise de gestão instalada na administração federal, enroscada na péssima articulação política no Congresso e na paralisação dos principais projetos da área social.

Abílio Diniz, comandante de um dos maiores grupos varejistas do País, reitera que a política de juros altos inibe a inflação, mas por outro lado age como poderoso freio do desenvolvimento econômico. O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Guido Mantega, não apenas concorda com a tese como acrescenta que a alta dos juros logo estará comprometendo o crescimento do PIB. De resto, o próprio governo não mais dispõe de elementos para remendar essa realidade.

O trago ficou mais amargo com a correção aplicada pelo IBGE sobre o percentual de crescimento do PIB em 2004, que caiu de 5,2% para algo pouco acima de 4%.

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