Tarifa social da Sanepar supera expectativas em Londrina

Dois anos após o lançamento oficial de sua Tarifa Social em Londrina, a Sanepar atende mais de 22 mil famílias do município. A meta inicial, baseada em números do Ipardes ? Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social -, era beneficiar 16 mil famílias. No entanto, esse número foi superado ainda no primeiro ano de implantação do programa que fixa em R$ 5,00 a tarifa mensal da água para famílias pobres com consumo até 2,5 mil litros por pessoa.

Segundo o gerente da Unidade Regional da Sanepar, Oscar Fernandes, o grande número de cadastros em Londrina se deve à metodologia de trabalho adotada para garantir o acesso das famílias mais carentes ao Programa. A unidade criou, em janeiro de 2004, o Setor de Serviço Social para assessorar o atendimento ao cliente.

Podem se cadastrar na Tarifa Social da Sanepar as famílias que tenham renda de até meio salário mínimo por pessoa, que residam em imóvel de até 70 metros quadrados e que tenham consumo mensal de até 2,5 mil litros por pessoa. Os que atendem aos critérios têm desconto de 67% no valor da água e de 79% no serviço de coleta e tratamento de esgoto, passando a pagar R$ 5,00 pela água e R$ 7,50 por água e esgoto tratados.

A atuação social, segundo Fernandes, ajudou a empresa a criar um novo vínculo com a comunidade. De acordo com ele, o trabalho da assistente social Renata Medeiros, somado às parcerias com a Prefeitura e lideranças comunitárias, garantiu o resgate da cidadania de milhares de pessoas e a derrubada de muitas barreiras. ?O benefício chegou às famílias com situação socioeconômica realmente crítica?, destaca.

Casos de pobreza extrema, em que a renda per capita não ultrapassa um quarto do salário mínimo, e de famílias com doentes acamados, são o principal foco do trabalho de Renata. Mas, além disto, ela atua na regularização de clientes inadimplentes. ?Nos casos em que intermediamos as negociações, o índice de reincidência é de apenas 20%?, lembra.

Fernandes considera a cidade como atípica, já que, além de milhares de casas populares, Londrina possui 68 áreas de invasão. Ele afirma que foi necessário empreender um esforço ainda maior para atender àqueles que vivem nestes locais. Segundo o gerente, o problema das ligações irregulares era comum e afetava as condições de saúde da população. ?Implantamos mais de 5.300 metros de redes de água em 2005 para regularizar a situação daquelas famílias?, diz ele.

Consumo

O trabalho de campo comprovou que um dos maiores empecilhos para o cadastramento na Tarifa Social estava no excesso de consumo. A estratégia, então, foi levar informações sobre o uso racional da água até a comunidade. ?As dezenas de palestras educativas possibilitaram o cadastramento de milhares de famílias cujo histórico de consumo ultrapassava o limite estipulado pelo programa?, comemora Fernandes.

Equipes da Sanepar fizeram muitos atendimentos individualizados para orientar na adequação das condições de moradia e hábitos de consumo. ?Além de informações sobre o uso racional da água, os técnicos mostraram quais os pontos de desperdício nos imóveis e quais os procedimentos para a identificação de vazamentos?, ressalta.

Comunidade

Nunca se viu a Sanepar tão perto da população carente. Esta é a opinião do de João Maria Cabral, presidente da Associação de Moradores do Novo Perobal. O bairro da Zona Sul foi o primeiro a receber as equipes de campo para o cadastramento na Tarifa Social. ?Tenho orgulho de ter participado do início deste processo?, afirma. Segundo Cabral, cerca de 90% das famílias do bairro foram cadastradas. Muitas mantinham ligações irregulares e débitos, mas, segundo ele, esta situação foi totalmente normalizada.

Para suprir a necessidade de atualização anual do cadastro no Programa Tarifa Social, a Sanepar implantou um sistema de plantões nos bairros. A descentralização do recadastramento teve início em agosto do ano passado e, até março de 2006, deve chegar a 17 bairros.

O trabalho junto à comunidade também incentivou a divulgação de outros programas assistenciais. A partir de fevereiro, os escritórios de atendimento ao cliente estarão sinalizados com painéis que trarão os principais programas sociais das esferas municipal, estadual e federal, e além de terem um atendente capacitado para fornecer informações sobre os mesmos.

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