Também o líder do PP diz que o partido continuará na base de apoio

O líder do PP na Câmara, deputado José Janene (PR), disse há pouco que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou a decisão mais sensata ao recuar na reforma ministerial, uma vez que ela estava muito confusa e tumultuando a base do governo e sua coordenação política. "O governo precisa de tranqüilidade para que os ministros continuem trabalhando", observou, assegurando que o PP, apesar de não ter sido contemplado com o Ministério das Comunicações, como é seu desejo – a bancada havia escolhido o deputado Ciro Nogueira (PI) para o posto -, não irá para a oposição e continuará na base aliada. "Um ministério a mais ou a menos não vai nos fazer votar contra o governo", afirmou.

Janene defendeu o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), de especulações segundo as quais teria sido ele o responsável pela antecipação, para hoje, do anúncio dos nomes de dois novos ministros e pelo recuo do presidente de promover uma reforma mais ampla. "Reforma só seria se o presidente conseguisse tirar alguém. Mas não conseguiu", disse o líder. "Acho que, por pressão do PMDB e PT, ele adiou a reforma.

O líder defendeu Severino também quando ao ultimato dado por ele, ontem, a Lula para nomear o ministro Ciro Nogueira para o ministério. Segundo Janene, o presidente da Câmara fez um discurso emocionado na Assembléia Legislativa do Paraná e cometeu um "desvio verbal, a exemplo do que ocorreu com o presidente Lula da Silva no Espírito Santo" (quando Lula disse que um ex-assessor lhe teria relatado a existência de corrupção em órgão do governo e recebido dele a ordem para silenciar a respeito).

Janene disse que foi Lula quem chamou o PP e lhe ofereceu um cargo no governo e que isso aconteceu pela primeira vez em dezembro, mas que, à época, houve pressão do PC do B que bateu o pé, e o presidente recuou. Na época, falava-se no Ministério dos Esportes, onde está o deputado Agnelo Queiroz (PCdoB-DF). "Agora, a pressão foi do PMDB", disse Janene. "A novidade não é o discurso do Severino, porque, em dezembro, ele não era presidente da Câmara". O líder lembrou, ainda, que o PT foi o único partido a ganhar um ministério, hoje.

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