Suspensão das negociações em Doha pode ter sido positiva

Brasília – A pausa nas negociações da Rodada de Doha é uma situação necessária, afirmou o diretor do Departamento de Assuntos Comerciais do Ministério da Agricultura, Antônio Carlos Costa. Ele explicou que as discussões se alongaram demais, sem propostas novas. Essa suspensão temporária, segundo ele, seria interessante, porque a partir disso, os países poderiam refletir e propor novas ações no setor de agronegócios.

?A suspensão do processo negociador aconteceu, mas a retomada vai ser feita em bases mais ambiciosas? afirma. Costa explica também que hoje as negociações dependem muito da posição americana sobre os subsídios à produção doméstica. ?Os Estados Unidos não vão querer colocar em xeque uma posição multilateral de comércio, que para eles é interessante preservar. Eles vão colocar na balança?.

Costa avalia que a parada nas negociações da rodada é temporária, o que não tranqüiliza os produtores brasileiros. ?O Ministério da Agricultura está preocupado com essa situação?, diz.

A Rodada de Doha foi decidida na reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC) realizada em 2001, em Hong Kog, e pretendia promover a abertura do mercado global. Porém, quando o tema agrícola entrou na discussão, na reunião ministerial realizada em Cancun em 2003, a rodada travou. Com essas novas discussões, os países mais pobres teriam oportunidades de exportar seus produtos com taxas menores nos países ricos.

A opinião do presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasi (CNA), Gilman Viana Rodrigues, é divergente. Para ele, a suspensão das discussões é uma perda para o Brasil. ?O agronegócio brasileiro precisa urgentemente de uma oportunidade de expansão. Estacionar Doha, é estacionar o crescimento das exportações brasileiras? apontou ao final da reunião da Câmara Temática de Negociações Agrícolas Internacionais realizada, ontem (3) em Brasília.

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