Sugestão para o fim do voto secreto no Congresso causa polêmica no Senado

O fim do voto secreto no Congresso está longe de ser uma unanimidade entre as lideranças partidárias do Senado e causa discussão, até mesmo, entre parlamentares do mesmo partido.

O líder do PFL, José Agripino Maia (RN), considera que este assunto não pode ser decidido em pouco tempo. Segundo ele, "trata-se de uma questão que tem de ser profundamente debatida", afirmou o pefelista. Outro pefelista, o líder da minoria José Jorge (PE), disse que o voto secreto está desmoralizado e precisa ser eliminado. "Como é que os parlamentares do Conselho de Ética da Câmara votam abertamente pela cassação de um deputado e, no plenário, este parlamentar é absolvido?", indagou José Jorge.

Há cerca de 2 anos uma proposta do senador e hoje primeiro vice-presidente da Casa, Tião Viana (PT-AC), foi colocada em votação. "Na época, quase fui massacrado em plenário por causa desta proposta de emenda constitucional", afirmou o senador petista.

Tião Viana, por exemplo, considera este modelo de votação ultrapassado. "Hoje, as decisões tem que ser tomadas em tempo real, transmitidas por rádio e televisão, ao vivo e a cores, mostrando o posicionamento de cada um", avaliou.

Já o líder do PMDB, Ney Suassuna (PB), afirmou que a defesa do fim do voto secreto no parlamento "é uma demagogia que não tem fundamento". A seu ver, existem votações que não devem tornar pública a intenção do parlamentar. Suassuna citou, por exemplo, a confirmação pelo Senado da indicação, pelo Presidente da República, de pessoas para ocuparem cargos no Executivo ou postos diplomáticos no exterior. "Você vai se desentender com esta pessoa?", questionou o líder peemedebista.

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