Subsídio é tão desleal quanto pirataria, diz Furlan a senador dos EUA

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, deu hoje (29) um duro recado ao senador norte-americano Norm Coleman, presidente do subcomitê para o Hemisfério Ocidental da Comissão de Relações Exteriores do Senado dos EUA, que esteve ao seu lado na mesa que compôs os trabalhos do seminário "Brasil contra Pirataria", realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

"Gostaria de destacar que a competição desleal que o Brasil sofre é disfarçada por outros mecanismos, como a variada gama de subsídios e barreiras impostas aos produtos brasileiros" comentou. E, se dirigindo ao parlamentar, Furlan completou: "Então, senador, gostaria que levasse essa mensagem aos seus pares: que a competição desleal através de subsídios dos mais variados na agricultura, em alguns setores industriais, inclusive na área de aviação, faz o mesmo efeito da competição desleal criada pela pirataria, fraude e falsificação."

"Países que, como o Brasil, são realmente competitivos em alguns setores e criam milhões de empregos, legalmente são impedidos de competir em alguns mercados por essas barreiras, por esse arcabouço, pelo financiamento que os governos dão a alguns setores e que fazem com que nós tenhamos, no final, dificuldades para competir", disse.

Ao deixar o evento, o ministro detalhou o que havia dito anteriormente para jornalistas e reforçou a idéia de que o Brasil "está fazendo a sua parte" no combate à pirataria com ações integradas entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. "Acreditamos que a visita do senador vai gerar um relatório que vai mostrar que o Brasil está trabalhando no combate à pirataria e não é merecedor de qualquer tipo de sanção. Se os EUA, por acaso, adotarem esse caminho, será um erro e um grande desestímulo para o trabalho que está sendo feito, coordenado pelo Ministério da Justiça. O governo, mais o Congresso e o Judiciário criaram um arcabouço legal de combate à pirataria que é um dos mais avançados do mundo. Temos um compromisso de transformar esse País num país da legalidade."

De acordo com Furlan, o Brasil está na 11.ª posição no ranking mundial da pirataria de softwares. "O número 1 são os EUA e todos os países adiantados estão aí pontuando. Queremos ser um Brasil exportador de serviços, de softwares. Estamos reformando o Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi) para que as empresas brasileiras e estrangeiras possam ter tranqüilidade."

"O governo brasileiro está empenhado em combater a pirataria e em ter também um País mais sólido, mais justo, que possa competir mais abertamente com as economias mundiais. O presidente Lula ontem reafirmou que não temos medo de competição leal", declarou Furlan.

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