Brasília – O sub-relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas, deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), avaliou como ?bastante inverossímil? o depoimento prestado nesta terça-feira (28) à comissão pelo ex-policial federal Gedimar Passos, preso na ação da Polícia Federal que interrompeu a negociação do dossiê contra tucanos.
Gabeira questiona sobretudo a afirmação dele de que recebeu R$ 1,7 milhão, mas não sabia a origem do dinheiro nem quem o enviara até o Hotel Íris, em São Paulo, onde estava hospedado. Para o deputado, o mais enigmático no depoimento foi a afirmação de Gedimar Passos de que ?estava com a corda no pescoço? e que, por isso, não pretendia puxar a corda, o que significa ? segundo o parlamentar ? que ?ele só poderia falar até um determinado momento e que ir mais adiante poderia ser perigoso?.
O vice-presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Raul Jungman (PPS-PE), disse que via nessa frase a certeza de quem ?faz parte de uma quadrilha mafiosa e com isso quis dizer que está com medo". "Mas medo de quem? De perder a vida ou de que algo aconteça com seus familiares??, indagou.
Sobre as denúncias de tortura psicológica e maus-tratos que Gedimar Passos disse ter sofrido durante sua permanência na Polícia Federal, Fernando Gabeira disse que isso deve ser investigado, mas considerou estranho que o próprio Gedimar não tenha se apressado em apresentar a denúncia, deixando para revelar esses acontecimentos somente agora.