STJ começa a interrogar presos na Operação Navalha

A ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Eliana Calmon, que comanda as investigações e determinou as prisões da Operação Navalha, começará pelos presos que já não exercem funções públicas os interrogatórios sobre o esquema de desvio de dinheiro em favor da construtora Gautama. Segundo a ministra, a depender dos depoimentos, alguns acusados poderão ser soltos antes do prazo final da prisão preventiva, de 30 dias.

Para soltar os presos, a ministra deverá estar convencida de que eles não representam risco para a continuidade das investigações. ?A função da prisão é a desarticulação da quadrilha e o acesso à documentação. No caso dos que não têm mais vínculo com o serviço público, a função da prisão poderá estar cumprida depois dos depoimentos?, disse a ministra.

O primeiro depoimento, hoje, deverá ser de Flávio Conceição de Oliveira Neto, ex-chefe da Casa Civil do ex-governador João Alves Filho, de Sergipe, e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Outro seria o ex-governador José Reinaldo Tavares, mas seu advogado, José Antônio de Almeida, pedirá para adiar o depoimento, pois está reunindo documentação em sua defesa. O ex-governador é suspeito de ter facilitado a vitória da Gautama na licitação para obras de pavimentação da BR-402 e de ter recebido, entre outra vantagens indevidas, um automóvel Citroën, no valor estimado em R$ 110 mil.

A ministra planeja encerrar os 48 depoimentos na quinta-feira. Para cada dia, ela marcou seis interrogatórios pela manhã e seis à tarde. Por enquanto, não será ouvido o governador do Maranhão, Jackson Lago, que teve a prisão preventiva pedida pelo Ministério Público Federal, mas negada pela própria ministra.

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