?Não bastassem as incertezas com a comercialização da safra este ano e a crise de rentabilidade, o produtor que plantou soja transgênica na região do cerrado do Maranhão e do Piauí enfrenta ainda outra adversidade: a baixa produtividade de uma variedade geneticamente modificada recomendada para a região?.
A informação é do jornal Valor Econômico, que acrescenta: ?A cultivar 8787, da Monsanto, indicada para plantio no Nordeste, vem apresentando produtividade abaixo do esperado em lavouras da região de Balsas, no sul do Maranhão. Produtores da região do Coco, em Balsas, relataram produtividade entre 30 e 40 sacas durante visita ao Maranhão do Rally da Safra, no fim de março?.
Os problemas que a soja transgênica enfrenta com estiagem são explicados pela pesquisadora Ana Cláudia Barneche de Oliveira, da Embrapa Soja, de Londrina. ?Como a variedade 8787 é precoce, o veranico (que ocorreu na região no mês de janeiro) afetou as lavouras justamente no período de florescimento das plantas (30 dias após a semeadura). Isso prejudicou a produtividade da soja, situação que também se repetiu em áreas do Piauí?.
Também é dramática a situação dos agricultores gaúchos que plantaram soja transgênica nesta safra. A estiagem que ocorreu no Rio Grande do Sul castigou os sojicultores que plantaram soja transgênica. A produtividade do grão geneticamente modificado caiu para volumes ínfimos, rendendo apenas 10 sacas por hectare, ou seja 600 quilos. Já a produtividade média da soja convencional do Paraná é de 40 sacas por hectare, ou 2.340 quilos, embora o Estado também tenha sofrido longos períodos de estiagem.