Soja perde mercado

A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) distribuiu um informe mostrando a diminuição do ritmo de embarques de soja para o mercado da China, espaço ocupado pelos Estados Unidos e Argentina. Segundo a instituição, a perda brasileira se deveu à quebra da safra e ao câmbio desfavorável.

Até o mês de maio, o Brasil havia exportado 2,832 milhões de toneladas de soja para o mercado chinês, com sensível diferença em relação ao mesmo período em 2004, quando o volume exportado chegou a 3,787 milhões. A fatia menor de vendas do Brasil para a China deve afetar o resultado global da exportação de soja em 2005.

Para os analistas do agronegócio, o Brasil vai vender 5,5 milhões de toneladas de soja para a China, cerca de um milhão a menos em comparação com o resultado do ano passado. Em termos percentuais, o número representa 28,9% do volume total das exportações brasileiras.

Os Estados Unidos, entretanto, devem embarcar para a China algo em torno de 12 milhões de toneladas de soja, ou 39% de toda a soja exportada. A participação da Argentina nesse importante mercado deve chegar a 4,7 milhões de toneladas, ou 57% de suas vendas externas.

A abertura da China em direção a outros fornecedores se deu por causa da redução da oferta norte-americana em 2004, face à quebra da safra. Comprar dos Estados Unidos, para a China, significa distâncias menores e menos gastos com o transporte marítimo, em média, seis dólares mais barato por tonelada em relação ao Brasil.

A demanda chinesa de soja produzida em outros países está estimada em 27 milhões de toneladas no biênio 2005/06, e o fato torna viável o eventual aumento de vendas da soja brasileira. As compras chinesas têm previsão de alta e estão escalonadas segundo a capacidade de esmagamento instalada no país.

O volume mundial das exportações de soja nessa temporada deve ser de 61,09 milhões de toneladas, devendo bater no próximo ano em 65,58 milhões de toneladas. Os contratos futuros de entrega de soja negociados na Bolsa de Chicago até meados do mês acumulavam valorização de 3,63% e 29,05% desde janeiro.

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