Sócio de Cachoeira não comparece para depor sobre caso Larami

O argentino Mário Sérgio Copolla, sócio de Carlinhos Cachoeira na empresa Larami, não compareceu para prestar depoimento à polícia do Paraná. Ele foi intimado para estar na sede do Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce), nesta quinta-feira, em Curitiba. Algumas horas antes do horário marcado para o depoimento, ele enviou um e-mail para o delegado Naylor Robert de Lima, responsável pelo caso, avisando que ele está na Argentina e que só vem ao Brasil na próxima semana.

O delegado remarcou o depoimento para próxima quinta-feira, às 16h. O empresário tem apenas mais uma chance de se apresentar voluntariamente à polícia, na terceira intimação, ele será acompanhado até a delegacia por força policial.

O depoimento de Copolla é um dos mais esperados pelo delegado para esclarecer o caso Larami. No começo desta semana, Carlinhos Cachoeira disse, em depoimento realizado em Altamira (GO), que foi Copolla quem acompanhou de perto o processo licitatório que escolheu a Larami como administradora do serviço de loteria on-line no Paraná. O Nurce investiga há três meses suspeitas de fraude nessa licitação, realizada em 2001.

Além do depoimento de Copolla, o delegado deve ouvir também o empresário Luis Carlos Ramirez, que criou a Larami e, depois, a vendeu para o grupo de Cachoeira e Copolla. O delegado deve viajar até Foz do Iguaçu para falar com Ramirez.

Investigação

Uma das principais suspeitas de irregularidade que pesam sobre a clareza da licitação de 2001 é o rápido aumento do capital da Larami, dias antes da concorrência. Em setembro de 2001, durante o governo Lerner, a empresa foi comprada pelos empresários Mário Sérgio Copolla, argentino dono da Eletrochance, fabricante de máquinas caça-níquel, Carlinhos Cachoeira, dono da Brazilian Games Pertner, fabricante de software para jogos, e por um representante da empresa Bold, concorrente da Eletrochance na Argentina.

O objetivo da alteração contratual era capacitar a Larami para participar da concorrência, que exigia das empresas participantes capital mínimo de R$ 500 mil. Depois da venda, a Larami, que tinha originalmente capital de R$ 5 mil, passou a ter R$ 600 mil.
Outros fatos que intrigam a polícia são a troca da equipe responsável pelas licitações no Serlopar, às vésperas da análise das empresas concorrentes, e uma cláusula da licitação que permitiu à Larami ter total autonomia para contratar outras empresas para administrar o serviço de loteria on-line no Paraná. Foi por isso que a Eletrochance, empresa do mesmo dono da Larami, também prestou serviços ao Serlopar.

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