Só quatro parlamentares terão acesso a quebra de sigilo de Duda Mendonça

Quatro integrantes da cúpula da CPI dos Correios terão acesso aos documentos com a quebra do sigilo bancário do publicitário Duda Mendonça no exterior. A restrição à papelada com os dados do marqueteiro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi uma exigência das autoridades americanas para permitir que a Comissão analise os dados do publicitário. A CPI deverá consultar os documentos a partir da semana que vem.

"Vamos mostrar para as autoridades americanas como o acesso aos documentos é limitado e dessa forma não vão poder dizer que fomos nós da CPI que vazamos informações sobre as contas de Duda", explicou hoje (8) o presidente da Comissão, senador Delcídio Amaral (PT-MS). O acesso à papelada será restrito ao relator da CPI, Osmar Serraglio (PMDB-PR), e aos relatores adjuntos Eduardo Paes (PSDB-RJ) e Maurício Rands (PT-PE), além de Delcídio.

"É um desrespeito à CPI limitar o acesso a esses documentos. Mas não vai fazer muita diferença para o trabalho da Comissão porque falta pouco mais de um mês para que seja apresentado o relatório final e essa papelada traz apenas a primeira camada do caminho do dinheiro que Duda recebeu", afirmou o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), sub-relator de movimentação financeira da Comissão.

A data de encerramento dos trabalhos da CPI dos Correios está prevista para meados de abril. Mas a cúpula da Comissão quer que o relatório final fique pronto até 20 de março. "Entendo até que seria interessante prorrogar os trabalhos da CPI. Mas não vou sugerir a prorrogação. Vou encaminhar para as autoridades competentes os casos em que as investigações precisam ser terminadas", disse hoje Serraglio.

Na sessão administrativa de amanhã (9), a CPI deverá votar acordo de procedimentos que prevê o acesso físico dos quatro parlamentares aos documentos no Ministério Público ou no Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) do Ministério da Justiça. A fim de evitar vazamentos, a Comissão não receberá cópias da papelada. O acordo de procedimentos com as autoridades americanas estabelece ainda que, no relatório final da CPI dos Correios, só haverá referência aos documentos nos itens essenciais à investigação.

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