Site orienta empresários sobre normas técnicas para exportação

Uma base de dados com informações sobre as exigências técnicas para exportação de mais 100 produtos que já passaram pela adequação do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), em São Paulo. O serviço está na Internet e pode ser utilizado por empresários de micro e pequenas empresas que tema intenção de exportar, mas não sabem quais são as normas exigidas pelos países importadores.

A grande vantagem para o segmento dos pequenos negócios é que o banco de dados, que está no site www.exigenciastecnicas.ipt.br., é formado por casos de adequação de produtos para mercados internacionais, nos quais o Programa de Apoio Tecnológico à Exportação (Progex), do IPT em parceria com o Sebrae, já atuou. O banco de dados pode ser consultado para obtenção de informações sobre normas e ou diretivas, no caso do mercado europeu, aplicáveis a determinadas categorias de produtos.

Mari Katayama, coordenadora da Área de Projetos do IPT, disse à Agência Sebrae de Notícias, que o site é apenas o ?embrião? de um projeto maior, que é o de orientar todas as pequenas empresas no País sobre as normas técnicas exigidas pelo mercado internacional. Segundo ela, no próximo ano mais dez institutos em outros Estados deverão estar integrados à rede e também colocarão suas experiências, aumentando em muito a base de dados.

Paralelo a isso, Mari quer desenvolver uma pesquisa sobre as exigências de vários segmentos. Para isso, pretende reunir parceiros como Sebrae, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). ?A idéia é colocar o segmento, o país de destino e quais as normas técnicas adequadas para a exportação daqueles produtos?.

O site contempla, segundo Mari, um universo ainda muito pequeno de segmentos. De acordo com a coordenadora, as principais áreas são a médico-hospitalar e a de máquinas em geral. ?Temos possibilidade de aumentar muito essas áreas, como gemas e jóias, calçados, cosméticos, entre outras?.

Lançado na semana passada pelo ministro Luiz Fernando Furlan, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o site já está recebendo milhares de visitas. Mari conta que recebe e-mails de pequenas empresas localizadas em vários Estados do Brasil que querem informações sobre determinados países.

?Estou recebendo de cinco a seis e-mails por dia. Já temos pedidos de pessoas que trabalham com cosméticos, empresários que querem exportar mel para o Japão. De Sergipe, temos um grupo de empresários que industrializa frangos e quer aumentar as exportações. Enfim, é uma quantidade enorme de segmentos e empresários?.

Para ela, a grande procura mostra que as micro e pequenas empresas realmente não têm conhecimento do setor exportador e de suas exigências. ?Falta principalmente ferramentas de informação para esses empresários. Eles querem exportar, mas não sabem nem por onde começar?.

Como acessar

Para fazer o cadastro no site é preciso apenas colocar nome completo, e-mail, profissão, criar um login e senha. Para consultar um produto, há várias opções, como nome ou com o correspondente ou com o correspondente NCM, a Nomenclatura Comum do Mercosul.

O sistema mostra os produtos que tenham pelo menos uma das palavras indicadas, mesmo que ela faça parte de uma palavra maior. Por exemplo, bebe dará origem a roupas de bebê, mas também a bebedouro. É preciso escolher também o mercado importador: Comunidade Européia, Estados Unidos, América do Sul, entre outros. Se não encontrar o produto desejado, isso significa que o mesmo ainda não está disponível no banco de dados, mas o próprio site indica uma consulta ao Ponto Focal das Barreiras Técnicas do Inmetro.

A pesquisa mostra o produto, mercado escolhido, a diretiva ou a norma, os tipos de ensaios que foram submetidos os produtos e os laboratórios que realizaram os ensaios, inclusive com link para o site desses laboratórios. Caso a empresa não seja do Estado de São Paulo, na mesma página o empresário pode clicar no link do Inmetro, onde estão laboratórios credenciados em outros Estados. Além disso, a pesquisa mostra também o texto consolidado sobre as diretivas necessárias para aquele produto.

?Estamos direcionando os e-mails para todos os institutos no Brasil com o objetivo de identificarmos possíveis similares de adequação já realizada em outros Estados?, disse Mari.

Dificuldades

Estudos realizados por técnicos do Ministério e por parceiros apontam para as dificuldades que as micro e pequenas empresas encontram para se adaptarem às exigências técnicas internacionais, principalmente às que vêm no formato de normas e regulamentos, de medidas sanitárias e fitossanitárias. De acordo com estudos do Mdic, a Organização Mundial do Comércio (OMC) recebe anualmente mais de 1,2 mil notificações de novos regulamentos impostos por países membros da Organização, o que demonstra a velocidade desse movimento. Em geral, as pequenas empresas são as que têm mais dificuldades para atender a esses pleitos, e mesmo quando cumpridos, são de difícil comprovação. Isso ocorre por várias razões, mas a principal é a avaliação de conformidade, que envolve, certificação, verificação, inspeção, ensaios, entre outras.

Os estudos apontam ainda que os procedimentos exigidos chegam a custar US$ 250 mil por produto e em cada nova aplicabilidade dele. Isso só é aceito pelo país importador quando é realizado por organismos credenciados pelo próprio país. Para a pequena empresa esse acesso é quase impossível.

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